O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, abril 14, 2002



"PARA CONHECER UM VILÃO PÕE-LHE UM PAU NA MÃO"

Ás vezes não sei de todo o que escrever e fico cansada do meu carácter selectivo...dos meus poemas místicos e frases elevadas. Por isso apetecia-me abandalhar...ser simples ou ser "surrealista" ou escrever coisas sem sentido de alto a baixo...Ou então falar de política e de guerra, desatinar... Ser pornográfica!
Por exemplo: perguntar se o A. Sharon não será uma encarnação do Hítler ou se tudo isto não é meramente uma ficção de filme americano, um déjà vu qualquer...as Torres a cair as bombas a explodir com heróis a matar dos dois lados, de todos os lados ou rir apenas, rir do parceiro do lado que levava os óculos tortos ou da Catarina Tallon que vai editar um livro na Bertrand, um livro de memórias, um vómito de agonia social, patrocinado pela Zita Seabra, das quantas "quecas" que deu com cantores e o marido a dar-lhe porrada? Nestas alturas até invejo o Heman José que diz tanta barbaridade e é considerado "um senhor" do riso português...
Como naquele ditado que diz "rir para não chorar" e eu acho que é isso mesmo que os portugueses neste momento podem fazer...Rir dos polícias e dos ladrões, rir-se dos políticos e burlões, rir-se desta tragédia nacional "Moderna", das armas e dos barões, do comunismo reacionário e do Paulo Portas inchado a cantar o hino nacional e da pedofilia internacional dos padres com o Papa a cair do tripé...
Mais "respeito senhores"! diz o treinador de futebol que é estrangeiro...Cá por mim tenho a sensação de estar a ver o mundo de pés para o ar ou será que estou "passada"?! Vem-me uma reminiscência de há vinte ou trinta anos quando fugi à P.I.D.E. para Paris e inocente acreditava na paz e na justiça e em Cheguevara...Será que voltámos ao "antigamente" ou que nada mudou? De repente fiquei com medo...de estar a ter um pesadelo ou a viver num manicómio...
Este mundo é assim mesmo ou é só da Televisão?

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Nota à Margem:

Uma amiga hoje dizia-me que o meu livro não teve sucesso porque não tem sexo explícito nem enredo...
É justamente por isso que a poesia não se vende e não tem mercado...
E disse-me que sou visionária e desfasada da minha época!
Eu não sei se fiquei triste ou perplexa e de certo não encontrei resposta e até concordo...
Eu sei muito bem que não há Deusas...e que o que se vende é "sexo, vídeo e mentiras" e as mulheres também.

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"Todo o indivíduo tem em si um louco, ou um anormal, porque tem em si um diferente dos outros. Não há homens normais em si próprios; há apenas homens normais nas suas relações com os outros."

"JE SUIS FOU, JE LE SAIS, MAIS QU'EST QU'ÊTRE FOU? PERSONNE LE SAIT"

in "Pessoa por Conhecer" -- Teresa Rita Lopes

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