O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, maio 22, 2002

...Cartas para além do tempo...

Ás vezes tenho saudades desta troca epistolar entre poetas e escritores, em que o tempo não se media nem se ligava a calendários...Tempo em que se interiorizavam as relações e se trocavam de afectos com profundidade e empenho...Tão longe desta avidez de protagonismo e egocentrismo...Hoje, quase não reconhecemos o valores intrínseco de cada um, as suas qualidades, mas julgamos apenas as aparências e só queremos tirar beneficio para o nosso exclusivo proveito, lisonjeamos quem não merece, adulamos os medias, vendemos todos ou quase todos a alma ao diabo, na traição dos nossos valores, se é que os temos, para vender apenas e ter sucesso...
Hoje, um escritor meu conhecido, lendo um artigo meu acabado de publicar, disse-me que eu era amarga... e eu fiquei a pensar...de facto estou algo fora deste tempo...

R.L.

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