O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, setembro 06, 2002




A "Nossa Senhora de Fátima" - é um lugar de culto da Nossa Mãe, virada só para o filho e para ao céu, longe da terra e das mulheres, "escravas do coração de Maria" aos pés do Cristo, não é a Mãe das Mulheres. É so a Mãe dos homens...Aquela que eles desprezaram e mandaram calar...Aquela que lhes obedece e serve sem um ai ou pio e eleita pelo Padre Pio do fim do milénio...
Encerrada no seu silêncio a mulher, na Igreja e nos Mosteiros, na Sociedade e na Política, votada ao descrédito na Arte e nas Letras, ainda é a submissa herdeira do peso secular do dominio patriarcal...


Urge o tempo de evocar a nossa Mãe Terra em todos os lugares sagrados do mundo e salvar a terra, as árvores, as plantas e os animais, daqueles que as querem queimar, ou matar, das mãos assassinas que cada vêz mais ateam florestas para construir "projectos" rentáveis para o seu deus do dinheiro ou dos caçadores que matam desportivamente inocentes aves que voam, os carrascos do céu... Seja na América seja em Portugal, a alienação dos valores essênciais e do espirito da Natureza Mãe está a ser devastado e o mundo inteiro em perigo nas mãos dos senhores da guerra, os mesmos bárbaros que vieram há milhares de anos destruir civilizações pacíficas e estruturas de vida sagrada.




Eleusis


Queria tanto ó minha mãe que neste mundo houvesse
Um lugar de peregrinação e culto
Que não tivesse sido profanado pelos homens...
Onde pudesse pedir ajuda e rezar
A Grande Mãe da antiguidade,


Ela a Grande Deusa venerada pelos nossos ancestrais,
Perseguida pelos cristãos, misóginos judeus, pelos fariseus,
Escondida em grutas e cavernas à espera do novo mundo,
Oculta da sua glória, denegrida pelos padres ao longo de séculos.


Ela, aquela que é tão bela...
Cibele, Istar, Inana, Atargatis, Labbatu, Kali, Anaht,
A Wicca e a eterna sacerdotisa,
A Senhora de todos os nomes, de todos os tempos
A essência da Mulher separada em duas
Na virgem e na prostituta,
Maria a mãe dos homens e a amante proscrita
Maria de Magdala, Sacerdotisa da Deusa...


Mas virá o tempo e Ela será uma só,
A Deusa Primeira, indivisível: Isis sem Véu.


in "Antes do Verbo era o Utero"


(...) Os Templários passaram à história como os guardiões do Graal. O Santo Graal protegia a terra, a nutria e concedia-lhe fertilidade, poderes similares aos da Mãe Terra e da Madona Negra.

O princípio feminino se revela no Graal, como também o culto à corte do Amor praticado pelos Trovadores através da inteira dedicação à Dama.

O século XIV entretanto marca o fim desse reflorescimento do feminino, com as primeiras fogueiras acesas pela Inquisição, que arderam 500 anos. Esta grande fogueira queima e difama os Templários e encabeça a "caça às bruxas", numa tentativa de eliminar o princípio feminino de prazer, liberdade e bonança da Mãe Terra.

As piras das bruxas só se extinguiram na Era da Razão. Apesar de aparentemente não corresponderem ao ideal da Era da Razão, as pequenas Madonas Negras aparecem como um símbolo de uma Força Formidável, mais antiga e poderosa do que a de um Rei ou Papa.

Elas são uma fonte de vida elementar e incontrolável como a Liberdade. Possuidoras de um espírito e sabedoria própria, não se submetiam a nenhuma organização ou lei nacionalista. A volta da parte feminina de Deus levanta o entusiasmo popular e a humanidade experiência diretamente o sagrado pelas aparições da Virgem de Lourdes e La Salete no século XIX, entre outras.

Paralelamente a estes fenômenos religiosos da aparição da Virgem (no século XX Fátima), surge um fenômeno sociológico que assombrou o mundo. A revolução sexual, a emancipação das mulheres por meio da igualdade de direitos e deveres e o controle da natalidade. Vimos que no culto de Inanna, a prostituição sagrada era o ato que restabelecia a androginia original. Este culto volta no século XII trazendo Madalena como a "prostituta arrependida". Posteriormente, ela é Santa Maria a Egípcia e são veneradas como Madonas Negras. Esta necessidade de conciliar sexualidade e religião, como nos primórdios do culto à Deusa Mãe Terra, podemos hipotetizar que torna-se o maior legado das Madonas Negras e lhes outorga o poder de integrar opostos. O seu regresso ao primeiro plano da consciência coletiva vem assegurar a queda da rigidez patriarcal.

Olhando com tolerância a busca do prazer pela vida, da alegria e do cultivo das sutís qualidades femininas, burla as hipócritas leis masculinas. Politicamente está a favor da Liberdade dos povos e de sua dignidade. Sua função mais importante é poder juntar a Justiça com a Misericórdia, qualidades pelas quais as Madonas Negras são veneradas pela humanidade.
Tal e qual o Espírito Santo, a parte feminina de Deus é a consoladora dos Aflitos e aparece misteriosamente onde há mais sofrimento do povo e necessidade de amparo, como atestam estas aparições:

Destinada a ser a patrona de seu povo, aparece no século XI Nossa Senhora da Floresta Negra, onde hoje há a Abadia Einsiedeln.

Nossa Senhora Subterrânea surge também por esta época em um antigo recinto sagrado dos druidas, em Chartres.


 EMPÓRIO WICCA

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