O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, setembro 01, 2002



in "MULHERES CORRENDO COM OS LOBOS"

de Clarissa Pinkola Estés

(...) "Eu gostaria de poder afirmar que a esta altura não existem mais armadilhas para as mulheres, ou que elas já estão tão calejadas que detectam essas armadilhas de longe, No entanto, isso não acontece. Nós ainda temos o predador na nossa cultura a destruir toda a conscientização e todas as tentativas de alcançar a totalidade. Há uma verdade no ditado de que é preciso batalhar de novo pela liberdade a cada vinte anos. Ás vezes, a impressão é de que preciso lutar por ela a cada cinco minutos."

Com a maior equanimidade dou lugar às intervenções de um homem e de uma mulher
que me responderam com interesse e empenho sobre mim e sobre o meu Blog.
Hoje, eu fico totalmente de fora, não acrescento um só palavra...




Bravo, Rosa Leonor:

Este teu texto e o seguinte causaram-me um largo sorriso da alma!
As pessoas (incluindo as próprias mulheres) ainda não compreenderam que o importante não é o combate entre homens e mulheres. Que não se trata de vencedores e vencidos. A única coisa importante nesta fase (porque muitas mais e diferenciadas virão aí) é alcançar a lucidez (para a obtenção da qual não há atalhos) passível de, sem agressividade, sem esgrimas, mas com a maior das firmezas, desmontar metodicamente e sem rodeios o jogo milenar por detrás das falácias que sustentam a maioria dos relacionamentos e a estrutura das sociedades em si.


Acordar para a Pureza Original não é fácil. Ela está ligada ao arquétipo da Mãe toda calor envolvente, mas poderosa e independente, completamente na posse dos seus instrumentos de criação. Não a mãe submissa e sacrificada que os patriarcas nos têm impingido ao longo da história, não a mãe que se ajoelha diante de seu filho e o venera como filho de Deus tornando-se assim digna de culto (aspecto importante que Simone de Beauvoir tão bem soube percepcionar e apelidou da suprema vitória patriarcal). A Mãe que nos salvará está ainda por nascer nos nossos corações, é um mito do tempo futuro e só na sua revelação e pleno assumir, tocaremos os céus aqui na terra. Assim eu creio.

Continua o teu visionário site. Não desanimes perante a pouca resposta dos portugueses que somos, pouco comunicativos como tão bem comentou a tua visitante Pachamama.
Aos pioneiros cabe sempre o mais difícil...Mas em verdade só eles entram na história não escrita, a secreta historia do progresso da alma...


Um abraço cúmplice e amigo
Mariana

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