O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, setembro 23, 2003

A CHUVA OBLÍQUA É UM CONVITE À INCLINAÇÃO DO TEU OMBRO


(...)

“Já houve quem comparasse o humor ao amor, e não só por uma questão sonora. O humor do amor é um acontecimento trágico e como o riso resulta do trágico, o amor torna-se uma consequência de o riso ser possível para que possamos chorar no extremo limite de uma alegria trágica, tràgicamente humoral, e tràgicamente o moral se complique em numerosas pregas para aumentar a sua extensão consideràvelmente e os pelos que o recobrem poderem dar-lhe uma aparência aveludada. Como um intestino.

E como as ordens dadas ao sistema nervoso são transmitidas em forma de seta, isso explica que nós possamos dilacerar-nos a nós próprios quase invisivelmente.”


In SIGMA
ANA HATHERLY

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