O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, novembro 02, 2003


SALVÉ ANDRÓGINO


UMA NOVA ERA
OU UMA NOVA ORDEM...


EM QUE É QUE PODE CONSISTIR uma nova ordem de valores e uma vida verdadeiramente humana, para lá dos conflitos humanos de bem e mal tão secularmente em crise e sem qualquer saída?
Certamente que nada menos do que um Ser totalizado ou realizado a partir de um novo código genético e uma diferente psique. Para que acabem de vez as dicotomias e os conflitos entre um e o outro e isso implica uma nova mulher e um novo homem, ou apenas um SER que será essencialmente Humano primeiro. Não mais um homem e uma mulher divididos e confrontados com os seus opostos e em luta de supremacia um sobre o outro e em subdivisões de uma natureza que não lhes corresponde, senão enquanto animal.
Nenhuma lei humana ou ideologia poderá singrar se os seres humanos não resolverem o velho cisma que divide a humanidade há milhares de anos. A mulher e o homem terão de atingir um patamar de perfeito equilíbrio e harmonia interior o que não será possível sem a integração das suas polaridades, dentro de si e no mundo...
O mandamento cristão de “amai-vos uns aos outros como a vós mesmos” só será possível “quando os dois forem um e o macho e a fêmea não forem mais macho nem fêmea”- como disse o próprio Cristo...
Esse “mandamento” falhado da Igreja não foi possível pois a própria Igreja traiu o propósito crístico e dividiu o homem e a mulher e a mulher em duas...Quando se criam seres banidos ou desprotegidos não podemos amar ninguém como a nós mesmos! O Ser Humano desviou-se do sentido dessa união e do seu propósito inicial e evolutivo.
O “pecado” que todos carregamos derivou do erro inicial de interpretação bíblica – intencional ou não - e teve como nefasta consequência a derrota da humanidade cindida em duas metades sendo supostamente uma superior à outra o que não é ontológica e essencialmente verdade. Assim, uma nova ordem só poderá nascer quando a mulher for una em si e o homem a integrar como uma parte sua e não separada e vice-versa.
Não haverá novos e verdadeiros valores enquanto o ser humano não integrar as suas polaridades e se tornar um ser integral e com acesso a uma consciência para lá da dualidade, no interior ou no centro do seu próprio coração inteligente onde se realiza ou faz a síntese do ser dual.
Esta Humanidade só poderá ser regenerada quando for regida pelas leis do universo – “o que está em cima é igual ao que está em baixo” - e livremente ligada ao seu coração como o diapasão de uma nova consciência emergente tendo que morrer o homem velho que dominou o mundo pela espada. E o Cálice será de novo a Ordem nascente...


Rosa Leonor Pedro

O COMENTÁRIO DO LEITOR...

Há milénios que temos sido fragmentados. A Igreja Católica tem contribuído muito para tal facto. O Homem Integral é um devir, mas os gnósticos advertem que a maioria da humanidade está arredada da Sabedoria e, mesmo os eleitos, poderão sofrer alguns dissabores. "Mais vale quem Deus ajuda do que quem muito madruga" - temos que ser abençoados pela Graça divina! Que a Grande Mãe nos proteja e nos inicie nos Grandes Mistérios!

António | 02-11-2003 14:10:20


...a apresentação de um livro de Bruxinhos no Panteão Nacional ?

Não queriam lá uma fadista nacional, de renome mundial, mas um livro inglês tem mais cachet que qualquer vulto nacional e acabamos sempre por ceder aos estrangeiros, nós os estrangeirados...

Leia mais sobre a COMERCIALIZAÇÃO DA ARTE no meu outro blog MELUSINE

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