O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, dezembro 21, 2003

REFLICTAMOS...

“Reflictamos nos efeitos do cristianismo durante os seus começos: vibrou um golpe fatal na sociedade antiga, paralisou-a e pôs-lhe fim; em contrapartida, foi uma benção para os Bárbaros, cujos instintos se exasperam em contacto com ele. Muito longe de regenerar um mundo decrépito, só regenerou os regenerados. Da mesma maneira, o comunismo “constituirá”, no imediato, apenas a salvação daqueles que já estão salvos; não poderá trazer qualquer esperança concreta aos moribundos, e menos ainda reanimar os cadáveres”
MECANISMO DA UTOPIA - E. Cioran

O filósofo tinha toda a razão. Na verdade, o comunismo não só não salvou ninguém como em vez de reanimar os cadáveres fez mais uns milhares ou milhões deles. Assim como qualquer ismo. E nem cristianismo, nem comunismo ou fascismo fez jamais algo pela Mulher pois a suas vitórias vem da destruição dos tempos matriarcais em que a Deusa Mãe ainda era Suprema e em que as mulheres foram completamente esmagadas e submetidas aos Bárbaros e aos seus deuses de guerra tal como ainda somos hoje...

Logo no começo do cristianismo com a bárbara morte de Hipácia, a célebre filósofa de Alexandria mandada perseguir pelo bispo Cirilo e cujos seguidores fanáticos cristãos esquartejaram e arrancaram a carne para depois queimar fora da Igreja, com conchas de ostras...Só assim ele ascendeu ao Poder e foi mais tarde santificado...

A dominação absoluta de uma parte da humanidade por outra, expressa-se assim em tudo, embora de formas mais subtis e ainda hoje é legitimada pelos mesmos poderes conforme as estatísticas e números relatados pelos "direitos humanos"e na nossa realidade no mundo inteiro.

Os Homens dominam e fazem as leis...compram e vendem (tanto no casamento como fora do casamento - só que as vendas e compras estão sujeitas a outros critérios que não a das vacas gordas...- as mulheres e os filhos ou maltratam-nos e a sociedade dita democrática não é senão mais uma estratégia de dominação masculina onde as mulheres têm liberdade relativa e controlada...

Ainda em quase todo o Mundo não podem as Mulheres decidir dos seus corpos livremente sem a total interferência dos maridos, dos chulos, dos chefes de estado ou do clero que por elas decidem: ministros imberbes e misóginos e padres estéreis (muitos deles pedófilos?) e as mulheres que se lhes submetem...as que se ajoelham a seus pés, claro.



"I'm Nobody! Who are you?
Are you nobody, too?
Then there´s a pair of us-
don't tell!
They'd banish us, you know."


Emily Dickinson

Tradução livre...

EU NÃO SOU NADA, QUEM ÉS TU?
ÉS TU TAMBÉM NINGUÉM?
ENTÃO JÁ SOMOS UM PAR DE NADA!
ELES BANIRAM-NOS, SABIAS?


...SOMOS TODAS NINGUÉM...SABIAM?

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