O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, março 22, 2004

"E este povo não resolve o seu problema de identidade, este povo não ganha clareza, enquanto funcionar apenas como uma entidade sócio-política! Enquanto o diálogo entre os seres estiver no nível reivindicatório! No nível entre classes, no nível... eu não sei!... Nem vamos entrar por aí. A situação, nesta zona do mundo, resolve-se quando as pessoas baixarem os brinquedos, pousarem os brinquedos e mergulharem realmente na bacia Psíquica, na bacia da Alma desta região!...
(André - Encontros de Belém)


“Uma certa ausência”

A TRAGÉDIA DE ESPANHA E O RELATIVO
ALHEAMENTO DE PORTUGAL


(...) “A nossa aparente insólita “ausência” nestas circunstâncias nada tem de incoerente. É a expressão óbvia do sonambulismo nacional – e não só na ordem política – que nenhuma tragédia acorda. Nem a nossa, nem a alheia que nossa é. Algum dia saberemos.”
Eduardo Lourenço in Visão

Essa “ausência” de reacção e de sentimentos, falta de vontade ou de carácter demonstrada do povo português face ao drama “alheio” ou o sonambulismo de que o autor fala, não é senão a apatia e a indiferença humana a que todos fomos votados ao sermos tratados como simples números e reduzidos a espectadores amorfos de um filme de terror constante que é a nossa política-televisiva em que vivemos anestesiados pela falta de verdade e transparência dos nossos políticos e falta de humanistas, assim como da falta de “cultura geral” dos mesmos que se aplicam a trabalhar na alienação do Ser Profundo em função dos valores de superfície. Gastaram-se milhões em estádios de futebol e propaganda do País enquanto milhões vivem na miséria e no desemprego...

PORTUGAL DE RASTOS,
RENTE Á RELVA DOS CAMPOS DE FUTEBOL...

O povo é adormecido com slogans de futebol – Força Portugal – vem aí o Euro 2004 e projeta-se toda a esperança de um povo nos pés de heróis milionários...
Vive-se exclusivamente para o futebol à conta da ambição e SEDE DE PROTAGONISMO das nossas figuras de destaque e da sua notável mediocridade ou ausência de inteligência e dimensão humana...

Não sei que tragédia mesmo nos acordará...deste sono profundo, se esta tragédia de si não basta...

Enquanto este povo e os seus lideres brincarem às Guerras e à Defesa...



NOTA:
As vezes mudo de pele e em vez de Mulheres & Deusas aparece aqui ...a minha sombra!

Melusine

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