O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, julho 29, 2004

"Todo o criador é a três quartos um "destruidor". Cria-se sempre "contra" alguém ou alguma coisa. Todo o criador é "perverso".
E.M.Cioran


Vão orgulho

Neste mundo vaidoso o amor é nada,
É um orgulho a mais outra vaidade
A coroa de louros desfolhada
Com que se espera a eternidade.

Ser Beatiz, Natércia. Irrealidade!
Mentira...Engano de alma desvairada...
Onde está desses braços a verdade,
Essa fogueira em cinzas apagada?...

Mentira! Não te quis..não me quiseste...
Efluvios subtis de um bem celeste?
Gestos, palavras sem nenhum condão...

Mentira, não fui tua não...Somente
Quis ser mais do que sou, mais do que gente,
No alto do orgulho de o ter sido em vão



In Reliquiea
Florbela Espanca

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