O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, setembro 09, 2004

O MEDO E AS IDEOLOGIAS

"...por detrás da política, por detrás da autoridade, por detrás do Estado, por detrás das instituições, por detrás de tudo quanto existe de mais sólido, honesto e nobre, alojam-se a força e o medo. Percebo que as instituições são a energia congelada, são sonhos ensanguentados, e que a ideologia é sempre ameaça de morte."
FRANCESCO ALBERONI,
As Nascentes dos Sonhos

S. Viera

Para que a sociedade patriarcal se pudesse estabelecer e dominar a Terra, a energia feminina foi sujeita a uma secundarização que levou a mulher a permanecer durante milénios numa posição subalterna do homem. A força feminina e a força da mulher foram suprimidas assim como a compreensão da sexualidade como energia livre e sagrada que foram denegridas, consideradas maléficas e "sujas" pelas Igrejas e pelos padres. As mulheres foram desde então perseguidas por possuirem (ou serem possessas)esses poderes maléficos - a força da energia sexual e do sentimento que nos libertava - e queimadas vivas nas fogueiras aos milhares.
Eram perseguidas como hoje as parteiras e as curandeiras, as mulheres livres que não se submetiam à vontade dos patriarcas e dos bispos e as jovens belas como ameaça de perigo para os devotos castrados dos padres!

Para podermos perceber em que medida o medo ainda persiste nas mulheres, o seu servilismo à igreja e aos seus chefes, basta ver o ódio dos homens às mulheres quer na violência doméstica quer nos crimes ditos passionais, e não precisamos de ir muito longe. Basta olhar para "ontem" o Ministro dos Mares português, um herói nacional, misógino por natureza, de perfil medieval - casto e cínico - e espírito bélico que não hesita em enviar dois barcos de guerra "contra" um pequeno barco de um grupo de médicas e mulheres holandesas, em pleno século XXI assim como a carta recente aos Bispos do Cardeal Ratozinger, em que acusava as feministas de destruir as famílias...
Portanto eu não estou a exagerar nem desfazada do tempo!

ELES ESTÃO AÍ OS RATOS DE SACRISTIA...

A força do medo paira mais do que nunca ou de novo no planeta com um poder jamais visto. Os Mídia, são o canal aberto da grande violência e alienação da humanidade. E como é fácil ver, as mulheres são sempre as primeiras vítimas. Tal como as crianças...
A violência dos homens não tem fim com a guerra nem com a luta ao terrorismo, porque é a falta do Feminino e dos Sentimentos o que mais ameaça de destruição o Planeta! Não é a Sida nem a Tuberculose o mais grave dos perigos...mas o ódio e o medo que assola a humanidade o que mais mata os seres na Terra.

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