O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, novembro 22, 2004

A ESSÊNCIA DA MULHER E O PRINCÍPIO FEMININO

Não raramente ouvimos a informação de que não há nenhuma diferença essencial entre homens e mulheres, excepto a diferença biológica. Muitas mulheres têm aceite esse ponto de vista e têm feito muito para alimentá-lo. Têm se sentido contentes em serem homens de sais e assim perderam o contacto com o princípio feminino dentro delas mesmas. Essa talvez seja a causa principal da infelicidade e instabilidade emocional hoje em dia.. Ora, se a mulher está fora de contacto com o seu princípio feminino, que dita as leis da integração, não pode assumir o comando do que é , afinal de contas, o domínio de feminino, ou seja, o das relações humanas. E, até que o faça, não poderá haver muita esperança de ordem nesse aspecto da vida.
Muitas mulheres sofrem seriamente na sua vida pessoal por esse abandono do princípio feminino. São incapazes de relacionamentos satisfatórios, ou podem mesmo cair em neurose pela inadequação do seu desenvolvimento nessa área, que é das mais essenciais. Por essa razão, a relação de uma mulher com o princípio feminino dentro de si mesma não é um problema pessoal, mas também um problema geral, até universal para todas as mulheres. É um problema da humanidade.

(...)

É preciso considerar que a essência ou princípio feminino NÃO PODE SER ENTENDIDA ATRAVÉS DE UM ESTUDO INTELECTUAL OU ACADÉMICO. A ESSÊNCIA ÍNTIMA DO PRINCÍPIO FEMININO não se permite tal ataque, o sentido real da feminilidade sempre escapa ao interrogador directo. Essa é a razão pela qual as mulheres são misteriosas para os homens – isto é, para o homem que persiste em tentar compreender intelectualemnte a mulher.

In OS MISTÉRIOS DA MULHER
M. ESTHER HARDING


Emocionou-me de forma muito particular a leitura deste excerto do livro de uma psicóloga yunguiana, escrito há mais de cinquenta anos...A razão da minha emoção prende-se com o facto de haver em mim já há algum tempo o desejo de ler este mesmo livro que encontrei citado em todos os livros que li em pesquiza, sem nunca lhe ter acesso e agora de repente o livro vir parar-me às mãos e ser a síntese da minha própria pesquiza individual e busca exautiva do sentido verdadeiro do princípio feminino como essência da mulher. Sem dúvida que corresponde a uma sincronicidade enorme e que me levou a um estado numinoso que reconheço como essência da manifestação desse feminino em mim e que sempre associei à Deusa e ao Arquétipo da Grande Mãe como fonte de Oráculo e Sabedoria interna.

Neste excerto que apresento encontra-se o núcleo de todo o problema da humanidade. Passados cinquentas anos podemos ver agora as consequências nefastas dessa falta do feminino, quer na mulher quer no homem, no estado de desvastação e desiquilíbrio das forças da Natureza e do mundo, devido à danaosa gestão política e económica de Poder que culmina, num império bélico, na guerra aberta aos países na fome e na violência em todos os contientes e no terrorismo, como reação à dominação maciça desse império de guerra, que ameaça todas as naçãos. Abre-se assim o fosso entre oriente e ocidente através dos monstros devoradores que são as duas grandes religiões patriarcais dominantes, a islâmica e a cristã, usadas abusivamente pelos seus líderes, religiões fundamentalistas que reduziram o feminino “a um verbo de encher”. Em qualquer delas a mulher é sonegada, inferiorizada ou diabolizada, assim como lhe foi retirada toda a participação activa na vida familiar e social, destituindo-a de dignidade e discernimento pessoal pela aplicação sistemática do racionalismo dogmático e o preconceito secular religioso.

Factos óbvios em relação à dominação da mulher em todo o oriente, mas camuflados de liberdade e emancipação no Ocidente em que a mulher “se afirma” no trabalho, como símbolo sexual, mas que apenas corresponde a uma mulher masculinizada ou travestiada, que aceitou as regras falocráticas para vencer e manter-se em igualdade no poder masculino no exercício da força e dominação, em profissões agressivas como o exército e a polícia ou mesmo na política como ministra – exemplo mundial: “a dama de ferro” como foi o caso da senhora Tacther...ou a recente “mulher” forte da política bélica americana Condolence Rice. Mulheres que se encontram nos antípodas do Princípio Feminino e regeitam em absoluto a sua essência!

1 comentário:

Ná M. disse...
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