O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, junho 24, 2005

Para mim escrever é quase rezar... Penso a escrita para mim mesma como um fio que me liga, um cabo magnético invisível, a outro lado de mim mesma, seja o “inconsciente”, seja o supra -consciente. O que busco é um fio condutor, uma orientação interior, uma voz inaudível, um eco de mim própria que se repercuta através do espaço e do éter e que me traga memórias, mas também dê respostas...
Algo que me ligue o finito que sou ao infinito a que pertenço, que ligue o céu e a terra, que me una ao Cosmos.

Sinto-me como “um nómada do cosmos” viajante do espaço sideral e que aterrou aqui ou caíu, não de “pára-quedas” ou num óvni, mas num corpo físico, presa de uma amnésia congénita...Presa num corpo portentoso e frágil, sublime e miserável à vez...Um corpo de carne e ossos, nervos e sangue, um corpo que dói e dá prazer, um corpo que tem olhos e chora! Que tem alma e saudades de “casa”, que tem saudades de uma Mãe Original, para além da matéria densa a que estamos presos.

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