O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, novembro 10, 2005

Insensibilidade católica

O acto de violação é um «crime horroroso», mas «praticar o aborto de um feto são, fruto, embora, de um acto abjecto, é fazer pagar a vítima inocente pelo criminoso».

A frase citada pertence ao médico Walter Oswald. Foram as palavras com que o director do Instituto de Bioética da Universidade Católica inaugurou as conferências do Congresso Internacional da Nova Evangelização a decorrer em Lisboa.
O referido médico é, há décadas, simultaneamente um dos mais influentes responsáveis das comissões nacionais de ética da Ordem dos Médicos e dos Hospitais portugueses.



Não vale a pena recordar o passado tenebroso de uma Igreja que gosta de se apresentar como campeã da defesa da vida. Não houve crime nem execração que não cometesse em dois mil anos.

Vale a pena reler a frase e ver a absoluta insensibilidade em relação à mulher violada, o desprezo que a Igreja, de que o referido médico é um dos leigos mais estimados, nutre pela mulher.

Não posso deixar de recordar João Paulo II, perante as gravidezes das freiras violadas por militares, no Kosovo. Pô-las perante a alternativa de darem os filhos para adopção ou abandonarem o convento.

# um artigo de Carlos Esperança, publicado às 00:03
IN DIÁRIO ATEÍSTA

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