O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, fevereiro 06, 2006


As Origens da visão da Deusa:
o mito da Deusa Única na Literatura


"No mundo pagão antigo, as deusas eram geralmente as patronas das cidades, da justiça, da guerra, do artesanato e também da lareira, da agricultura, do amor e do aprendizado: elas encarnavam aspectos da civilização e das atividades humanas com muito mais freqüência do que aspectos da natureza. Ademais, a esmagadora maioria dos pagãos realmente acreditava que cada deusa possuía sua personalidade própria, pois eram cultuadas de forma individual.
Existe somente um texto, escrito perto do final do período pagão - Metamorphoses de Apuleius - que apresenta a noção de que uma Deusa única seria a encarnação de todas as outras deusas, sendo identificada com a lua e a natureza como um todo.
Curiosamente, foi essa imagem atípica, criada por Apuleius, que se tornou o conceito predominante da deusa para o mundo moderno. Quando, e como, isso aconteceu?
A resposta curta é: há apenas dois séculos. Durante toda a Idade Média e o início do período Moderno, o elemento principal das deidades pagãs era o mesmo da antigüidade -ou seja, as deusas eram vistas como individuais. Uma pesquisa dos temas clássicos presentes na poesia inglesa escrita entre 1300 e 1800 revela que a deusa mais popular era Vênus/Afrodite, patrona do amor, seguida de perto por Diana/Ártemis, que representa a castidade feminina e (com menos freqüência) a caça; a seguir, temos Minerva/Atena, pela sabedoria, e Juno/Hera, símbolo da rainha perfeita."(...)

Excerto de "Neo Paganismo & História da Wicca"
Prof. Ronald Hutton
(Publicado originalmente: www.heramagica.com.br )

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Sou aquela que inicia;
De mim jorram os anos;
De mim, deus e homem,
Sou igual e completa;
Deus muda, e o homem também, e suas formas corpóreas;
Eu sou o espírito...

Primeiro, a vida de minha fonte
Primeiro jorra e nada;
De mim surgem as forças
Que salvam ou amaldiçoam;
De mim, o homem e a mulher, e animais e aves silvestres;
Antes de Deus existir, eu existo
.

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O que tens, ó Lua, que és capaz
De emocionar-me com tamanha força? Quando ainda criança
Eu costumava secar minhas lágrimas ao ver teu sorriso.
Tu te assemelhas a uma minha irmã: de mãos dadas caminhávamos
Do anoitecer à alvorada, pelo firmamento.
.. e com o passar dos anos, tu ainda te mesclavas
a todos os meus desejos: tu eras os vales profundos,
Tu eras o cume das montanhas - e a pena do sábio
A harpa do poeta - a voz dos amigos - o sol;
Tu eras o rio - eras a glória conquistada;
Eras minha montaria - meu cálice pleno de vinho;
Meu feito mais extraordinário:
Tu eras o encanto das mulheres, ó Lua amada!

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