O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, fevereiro 18, 2006

DEVIA HAVER MAIS SOLIDARIEDADE ENTRE NÓS MULHERES, NOMEADAMENTE DAS MULHERES QUE USAM A VOZ EM PÚBLICO...


"Entrevistadora competente, directa e agressiva, Margarida Marante tem uma imensa paixão pela política, o que explica o facto de todos os seus programas terem tido como protagonistas os principais intérpretes do espectáculo político em Portugal."(IN PÚBLICO-CLIX)

EM 1900..."as mulheres não tinham direito à propriedade, ou seja, não podiam registrar nenhum bem em seu nome; não tinham direitos sobre os próprios filhos, que podiam ser arrancados de seus braços se os seus maridos assim o desejassem; deviam obedecer aos seus pais, maridos e irmãos, o que significava, na prática, que eram propriedade dos homens de sua família"...

Talvez muitas destas situações tenham mudado e bastante na aparência e na lei. Sim, a mulher em princípio é muito mais livre hoje em dia ao ponto e ao extremo de uma prostituta “doutorada” defender uma “Indústria do Sexo” e dizer que o sexo é como uma “força de trabalho”…Como se o sexo da mulher fosse uma máquina desligada da sua essência e principalmente do Amor que devia ser a condição única da experiência e não a sua mecanização…
Nunca o homem levou muito a sério a mulher e no fundo da sua obscura mentalidade, ainda menos neste caso, embora lhe convenha essa alienação da mulher, porque na realidade das suas emoções ele não mudou assim tanto nem as relações homem-mulher com o casamento e o que o prova é a continuada violência sobre a mulher em qualquer País da Europa e a forma como esta é desrespeitada pelas Instituições que representam a sociedade patriarcal no mundo inteiro.
Em Portugal, caso concreto, recente e publicitado nas revistas, a forma como a polícia acata a participação de uma mulher vítima de violência e coação por parte do homem. A mulher é quase sempre ridicularizada pela polícia e o agressor tem a cumplicidade dos guardas…
Qualquer homem no íntimo pensa-se ainda dono e senhor da mulher e na prática as coisas não são como na teoria se prega e apesar de leis muito avançadas na sociedade ocidental, a mulher continua a ser vítima de todos os abusos e a não ser que seja famosa ou rica e tenha algum poder social, as autoridades fazem alguma coisa…
Prova-o o caso de Margarida Marante, conhecida jornalista da televisão, que diz ter pedido ajuda e foi gozada e a não ser só quando recorreu a homens do Estado e políticos - que como jornalista conhecia - teve a acção imediata da Judiciária a prender o agressor que já tinha sido preso antes mas certamente com a cumplicidade da polícia e do próprio comandante “fugiu” no dia seguinte, que considerou como qualquer homem comum, o assunto um “arrufo de amantes” sendo assim normal que o homem bata e ameaça a mulher que não queira mais viver com ele.

Qualquer polícia é um agressor da mulher e nada o distingue de outro homem só porque veste farda, bem pelo contrário, a sua "autoridade" é exacerbada, até pela forma como geralmente se dirige a uma mulher em qualquer situação pública…

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