O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, julho 28, 2006

A PIANISTA MARIA JOÃO PIRES


A pianista Maria João Pires anunciou ontem, em entrevista à RDP/Antena2, que vai instalar-se definitivamente no Brasil e desistir do Centro para o Estudo das Artes de Belgais, próximo de Castelo Branco, numa quinta que comprou há sete anos.

Em Portugal, afirmou, "estava a ser vítima de uma verdadeira tortura". "Parto para me salvar um pouco dos malefícios que Portugal me estava a fazer", explicou Maria João Pires, considerando que comprar casa no Brasil - país onde ia "respirar" - é um "momento de coragem". Sem adiantar pormenores do que motivou a decisão.

Há muito que a mais internacional - e premiada - dos pianistas portugueses se queixa dos problemas de financiamento de Belgais, e há muito que viaja com regularidade para o Brasil. Mas não se esperava que seguisse o exemplo de José Saramago, o escritor que preferiu o "exílio" na ilha de Lanzarote
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in Diário Notícias

A ALDEIA DA ROUPA SUJA...


PORTUGAL ou antes os portugueses, tratam mal e torturam de facto (psicologicamnte claro; já não há PIDE mas mantêm-se o espírito de tortura àquele que é diferente e não se submete às leis do mais forte...nomeadamente ao artista que não se vende aos Mídea e aos patronos)

Os melhores artistas e os mais sérios, assim como cientistas vêem-se forçados a abandonar Portugal pela sua mediocridade, inveja e ressabiamento entre as classes e entre os grupelhos partidaristas de que é feito o Governo e vive-se uma atmosfera pestilenta de raivas e ódios de deita abaixo tudo o que não seja a sua baixesa de interesses materias e acumulação de bens à conta das massas alienadas e atrofiadas pelos Média. Portugal onde toda a gente finge que é gente ou "bem" é o País onde só o futebol é valor Nacional e o Fado porque é bairrista assim como Fátima que se tornou antro da tradição "judaico-cristã".

Muitas vezes sinto vergonha de ser portuguesa e não porque não amo Portugal, bem pelo contrário...mas esta classe média e esta classe política sem qualquer classe nem humanismo, inventada depois da União Europeia, que singrou à conta dos financiamentos da U.E. a comprar carros e a resolver a sua vidinha, contas na Suiça, sem mais fazer pelo País do que lavar a cara a tudo o que seja para inglês ver...e a comprar montes no Alentejo ou casa no Estoril e a ter motorista...

Este País de dondocas à portuguesa de jete-setes cor de rosa, mete nojo e não me metem menos nojo os intelectuais que antes eram de café e agora são de blogues...as suas raivinhas e egos todos a desdizerem-se entre si e uns contra os outros, cada qual julgando-se o mais informado e o mais inteligente...

Este País pequenino de "homens de pés pequenos e cabeça a dar com os pés" (Y.C)onde o enredo e a intriga prolifera e nada se faz de verdadeiro, vai apodrecendo pela poluição cada vez maior, pela inacção dos políticos in locco, pela conversa fiada,e entre a mentira global do mundo e as suas guerras e ódios religiosos, os pavões portugueses vão abrindo o leque das suas cores e cambiantes sem qualquer coerência nem dignidade humana tudo para vencer na vida mentindo e roubando o País já na miséria...

Portugal é o País mais pobre da Europa onde tudo é mais caro, comida, gasolina, casas,etc. e a vida a mais superficial, onde as pessoas são as mais infelizes, doentes e sem esperança de vida...

Sim, acredito que no Brasil se respire melhor...é muito maior, mais natural...pena não ter dinheiro para comprar uma casa que ia também para lá...Há bandidos e fome? Há. Se o Mundo não mudar as suas políticas de exclusão e de guerra, todas as grandes cidades do Mundo se vão transformar em selvas de guerrilha urbana entre classes que não têm nada e os polícias que defendem aqueles que têm tudo. Ás vezes até pareço comunista mas não sou nem do Bloco de Esquerda! Sou só, mais uma pessoa fora do baralho!

Talvez esta mágoa que sinto de ser portuguesa que me ataca às vezes(e não queria ser de outra qualquer nação nem falar outra língua que não esta que é a minha e do coração) seja só uma coisa do maus fígados...qualquer coisa indigesta que comi ontem ou como diz Fernando Pessoa:


Há máguas íntimas que não sabemos destinguir pelo que contêm de subtil e de infiltrado, se são da alma ou do corpo, se são o mal estar de se estar sentido a futilidade da vida.
Se são a má disposição que vem de qualquer abismo orgânico - estômago, fígado ou cérebro.
Quantas vezes se me tolda a consciência vulgar de mim mesmo, num sedimento torvo de estagnação inquieta!
Quantas vezes me dói existir, numa náusea a tal ponto incerta que não sei destinguir se é tédio, se um prenúncio de vómito! Quantas vezes..."
(...)

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