O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, novembro 12, 2007

QUE A DEUSA NOS ILUMINE...


Ainda não me "refiz" da viagem, nem consigo aterrar neste quotidiano insípido e por vezes tão adverso aos nossos sonhos...É preciso porém "cair na real", ou fazer da nossa realidade outra coisa. É preciso recriar a nossa realidade, dar força à nossa interioridade, mais do que aos factos sociais políticos e económicos e aos obstáculos que nos condicionam.

As mulheres têm de reconstruir a sua vida a partir das suas forças pessoais genuínas, ir às raízes do seu ser profundo, falarem a Voz do Útero, mais do que do seu intelecto, dar expansão ao seu coração e emoções, fundamentarem-se na sua intuição mais do que na razão.
As mulheres que percorrem o caminho dos homens e do intelecto, que se baseam em documentos e factos, na sua história e dados, não vão a nenhum lado. Nós precisamos de uma outra força, a força da Base e das raízes e da Terra, e da fusão das duas mulheres em uma, nós precisamos de nos unir nas diferenças e cantar e rir em uníssuno e não discutir assuntos complexos, seguindo os processos da mente. Nós precisamos de nos libertar de atavismos, medos e preconceitos, precisamos de ser inteiras e confiar na parceira na filha na mãe e na amiga...vencer as barreiras sociais e psicológicas de elites e comportamentos separatistas!

Como todas as mulheres sós, percebo que não temos apoio da sociedade que se foca no Pai, na mãe e na criança - ou na família exclusivamente - e abandona todas as demais e que ainda menospreza as mulheres velhas, solteiras e divorciadas e que as outras mulheres, as intelctuais, as "instituídas", as "legais" do ponto de vista religioso e social, tal como nos países muçulmanos, são as mulheres que usam o véu que se viram contra as raparigas que vivem de rosto descoberto, no ocidente são ainda as mulheres as piores inimigas umas das outras veladamente e pouco fazem para se unirem e ampararem...

A Lealdade Feminina é coisa rara, uma excepção à regra e na prática muito difícil, porque as mulheres mesmo em movimentos "espirituais" e de "consciência" dita feminina (?) ainda lutam e dividem-se umas às outras em grupos e acólitas de tal ou tal "mestre" ou mestra...

Dividem as deusas...e lutam umas contra as outras por um pódio, um pedestal, um qualquer protagonismo e ainda como terapeutas, fazem concorrência desleal e praticam os mesmos critérios de valor patriarcal...Fazem-no como o fizeram as Deusas Gregas e as suas lutas olímpicas por Zeus, cuja oposição entre si é a expressão do início do patriarcalismo e fim do culto matricial e da cultura grega cuja filosofia imperou no ocidente e colocou logo de início através de Sócrates, a mulher como uma megera, uma inimiga do homem e dividida e em luta consigo e contra as outras deusas, a lutar com unhas e dentes pelo Pai-marido-filho, coisa que o cristinianismo exacerbou nestes últimos séculos dando corpo apenas a duas mulheres...Maria Madalena a "prostituta" e a Virgam imaculada...

São estas duas mulheres apenas que em cada mulher têm de se unir numa só a uma só voz...

Eu porém continuo céptica e pouco esperançada nas mulheres em Portugal. As minhas amigas que me desculpem mas eu não suporto fraudes nem mentalizações nem simulacros...E isto é o que eu mais vejo por aí...
De nada adianta ter "boa vontade" se a Consciência" não for ilumidada pelo amor incondicional e se o calor de um abraço sem medo nem preconceitos não for o catalizador da confiança e esperança de todas as mulheres...
rlp

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