O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

OS HOMENS ESPERTOS SÃO FEMINISTAS TAMBÉM...

EXEMPLO:


"Feminismos e MEC


Uma das modas da direita indígena é escarnecer o feminismo.


A moda parece vingar até porque -- precioso capital simbólico -- não faltam por essa direita mulheres dispostas a falar mal das feministas. E depois há também aquelas mulheres que, não sendo de direita, não perdem uma oportunidade para falar mal das feministas conquanto isso represente um pretexto para, em abstracto, falarem mal de outras mulheres (a inevitável boca machista, shame on me).
No fundo é uma forma de dizerem, a seu modo:



"vejam como é que eu cheguei aos píncaros sem meter
cunhas à meritocracia, vejam como, ao contrário dessas outras mulheres, as
feministas, sou toda boa e/ou extremamente feminina".

O que para muitos parece constituir um choque é que, falando de mulheres, o reconhecimento injustiças de género não acarreta processos sumários pelos quais se extingam a vaidade feminina ou a confiança nas próprias capacidades. (O uniforme de algumas feministas que conheço passa por indecentes tops sumários.)

"(...) O que interessa é defender, nos tempos que correm, a honra e a pertinência das feministas portuguesas. Já não suporto ouvir mais uma jovenzinha empertigada dizer que é «feminina» mas não «feminista», que isso dos movimentos de mulheres eram coisas dos anos 60 que já passaram, e que aquilo que importa agora é afirmar a personalidade, independentemente de se ser homem ou de se ser mulher.(...)

Será mesmo preciso que um velho machista como eu venha publicamente arruinar a sua reputação e dizer que em Portugal quem tem um mínimo sentido de justiça é quase obrigado a ser feminista?"



MEC, As Minhas Aventuras na República Portuguesa.

2 comentários:

Lealdade Feminina disse...

Eu não entendi "direita indígena" rs...

Anónimo disse...

Este rapaz fala assim porque é "superior" de descendência:a mãe é inglesa e portanto os portugueses para ele são indígenas percebe?
Enfim está a minimizar a direita porque se julga de esquerda e feminista, mas é mais ou menos um imbecil esperto como há muitos em Portugal.
Cultura, amiga, cultura colonialista...
rl