O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, março 10, 2008

ACONTECEU...


Eu queria agradecer em especial a Nathalie Durel a sua presença e a apresentação do seu trabalho, como queria agradecer à Mariana Inverno o facto de nos proporcionar a Visão da beleza pelo seu ambiente, assim como a sua carismática presença, à sua voz que vestiu o momento de poesia e a todas as mulheres que estiveram presentes, cada uma delas, pela força do círculo verdadeiro que se criou à volta do fogo da Deusa de Willendorf...

E quero agradecer especialmente a presença doce e serena da Luiza Frazão que nos dedicou estas palavras tão sensíveis e exactas...


"Aconteceu ontem, no magnífico cenário da Galeria Art For All, de Mariana Inverno, em Cascais, o 2º dos Encontros no Feminino, desta vez com Nathalie Durel Lima, psicoterapeuta junguiana e autora do livro “O Feminino Reencontrado”, falando-nos dos arquétipos das deusas gregas e do seu papel na psique feminina.
Também Rosa Leonor Pedro nos falou da questão em que tem centrado todo o seu trabalho e que é a grande divisão que, na nossa cultura latina, a igreja católica terá promovido no íntimo da mulher ao cindir o feminino nas duas partes antagónicas, a virgem e a pecadora, Maria e Madalena. Esta grande cisão interior, que depois se projecta para o exterior, como é óbvio, e que se traduz na clássica rivalidade entre as mulheres, terá sido o golpe definitivo que o patriarcado desferiu sobre as mulheres e o poder feminino.
Nos arquétipos das deusas, este antagonismo traduz-se pela relação conflituosa entre Hera (a esposa) e Afrodite (a amante), como referiu Nathalie Durel, o que nos leva a concluir que a igreja mais não fez que sancionar e actualizar um princípio já existente na cultura patriarcal anterior. Bom, este “a igreja mais não fez” não é bem assim, porque ela já fez muito: para além de ter caluniado por séculos e séculos a companheira de Jesus, Maria Madalena, os seus princípios baseavam-se na doutrina de Cristo que era de inclusão e nunca de divisão e exclusão...
Rosa Leonor dirá depois o que acha desta conclusão...
Seja como for, esta cisão é uma realidade inegável que apenas tem servido para alimentar o sistema patriarcal e, concordo com esta autora, unir dentro de nós estas duas mulheres é indispensável e urgente.
Comemorar assim o 8 de Março, num círculo tão bonito de mulheres e num espaço dedicado à arte tão inspirador, é mais do que se pode pedir à vida... Obrigada a todas.

P.S. Na galeria, onde a pintura maravilhosa nos permite uma autêntica elevação de consciência, há ainda a Livraria Spirit, também on-line, recheada com uma extensa colecção de livros sobre o feminino, entre outros temas, obras que por vezes temos dificuldade em encontrar noutros locais."
PARA CONSULTAR o trabalho de Nathalie Durel abra EM: TERAPIA DE MULHER http://www.terapiadamulher.sagept.com/Home.htm

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