O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, abril 01, 2008

mulheres sem mãe...

Adrienne Rich fala por muitas de nós quando escreve:>
“A mulher que eu precisava chamar de mãe foi silenciada antes de eu Ter nascido”
Infelizmente, muitíssimas mulheres modernas (na verdade quase todas) não receberam desde o início os cuidados de mãe. Pelo contrário foram criadas em lares difíceis, de autoridade absoluta e colectiva (“cortadas do contacto com a terra pelos tornozelos”, como observou uma mulher), cheios dos “é preciso” e dos “deve-se” do super-ego. Ou, então, acabaram por se identificar com o pai e a cultura patriarcal, alienando-se da sua própria base feminina e da mãe pessoal, que frequentemente é por elas considerada fraca e irrelevante.

Essas mulheres têm necessidade premente de se defrontarem com a deusa em sua realidade fundamental. Um conexão interior dessa natureza é uma iniciação essencial para a maior parte das mulheres modernas do Ocidente; sem ela não podemos ser completas.

Esse processo requer, a um só tempo, um sacrifício de nossa identidade enquanto filhas espirituais do patriarcado, e uma descida para dentro do espírito da deusa, porque uma extensão enorme da força e da paixão do feminino está adormecido no mundo subterrâneo, no exílio há mais de 5.000 anos.

In CAMINHO PARA A INICIAÇÃO FEMININA
De Sylvia B. Perera

3 comentários:

Lealdade Feminina disse...

Não podemos esperar que todas as mulheres pensem como nós, mas a essencia feminina que nos une já existe e é preciso religar essa energia para que ela flua de forma permanente, formando uma trama de Luz...
Vc me ensinou a ver todas as mulheres como parte dessa trama, TODAS, inclusive as da mala vermelha... precisamos de ter tolerância...
Acho que é da Bíblia a frase, amar os pecadores e não o pecado... mas tbm serve... xiiii, hj não devia comentar... estou cansada...
Releve minha bruxinha...

Anónimo disse...

Juliana:
Eu sei o que você quer dizer. Eu não estou a julgar nem a acusar ninguém, nenhuma mulher, estou só a alertar...eu compreendo o vazio e a ignorância dessas mulheres a sua falta de essência e a traição milenar a si mesmas, mas eu sei que a culpa não é delas e que elas não sabem quem são e estão perdidas, mas se formos pela tolerância nunca mais chegamos a nenhum lado. O que eu penso é que temos de estar claras para nós mesmas do que queremos. Eu não vou dividir as mulheres,ou culpá-las, mas digo o que penso e quem quiser ouça. Para mim é assim. Mas fique tranquila que eu percebo o que sente.
abraço
rosa leonor

Lealdade Feminina disse...

Sim... Rosinha... mas às vezes vc é muito dura com as mulheres patriarcais... eu tbm sou... às vezes...hahahaha...
Mas é preciso ter esse cuidado, essa delicadeza... pq estamos contra o patriarcado que nos fez assim... e cada mulher tem o seu tempo de despertar, de ouvir o chamado...
Mas o seu alerta é válido sempre... Que bom que vc está sempre atenta...

É um trabalho muito dificil...

Mas eu tbm ja fui uma mulher patriarcal, casada e infeliz... filha do pai... tudo isso... e ainda falta muito pra mim... mas já pus o pé na estrada, tô querendo aprender, estou buscando o meu feminino... tbm não é fácil... é preciso ter um pouco de paciência conosco... com quem vai chegando...

E com as mulheres que estão ainda passando por outras fases, outros atalhos... a consciência de tudo isso é muito complexa, elas estão muito presas, é difícil romper com tudo isso...

É mais fácil passar um camelo no fundo de uma agulha do que as mulheres deixarem de acreditar no amor romântico, e superar o complexo de cinderelas...
Elas deixam de acreditar em Deus com facilidade, mas a busca do príncipe encantado, seja de plástico ou não, permanece...

Como vc disse estão vazias de si mesmas, buscam qualquer coisa fora que as valide... mas mais cedo ou mais tarde conseguem ouvir o chamado, a voz interior, do seu próprio feminino sagrado...

Beijinhos ternurentos...

Hahahahahaha...