O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, maio 21, 2008

A BELEZA DA ALMA


Milagre? Só sei que me salvei, fui teimosa o suficiente e resolvi ficar! Contrariei os médicos e a realidade, até a minha condição frágil e fui forte para lutar a favor da vida.

Escolhi viver porque fui escolhida. Hoje não tenho dúvidas de que nada acontece por acaso. Foi assim que começou a minha história. Surpreendi tudo e todos, com a ajuda d’Ele, superei as dores físicas e resisti.

Hoje, encaro tudo como se já soubesse que precisava de viver para fazer os outros felizes, dar-lhes o meu SORRISO e a chance aos que me geraram de me amarem durante muitos anos. Valeu a pena, eu fui teimosa e passei cada obstáculo do meu crescimento com uma fé inabalável em mim e em quem acreditava que eu era capaz.

Quem me conhece sabe que sempre me aceitei tal qual sou e gosto muito de mim assim... quando soube quem era e o que estava cá a fazer neste mundo, percebi que Deus tinha-me dado a chance de mostrar aos outros que valia a pena viver sob todas as circunstâncias e por isso aceitei o meu existir quase como uma missão.

Conheço bem o plano que está escrito para mim e todos os dias faço para o cumprir sendo eu própria. A infância foi a melhor possível e logo a partir do momento em que me conheci, encarei-me sem vergonha, o meu pensamento regia-se nisto: se cá estava era por algum motivo. Assim, independentemente da minha condição de vida, o importante é viver cada dia como se fosse o último e aproveitar a oportunidade que Alguém me ofereceu de partilhar as linhas da minha existência com quem continua a acreditar no meu viver.

Os anos passavam e as experiências iam sendo adaptadas ao quotidiano de qualquer criança comum: o deixar a fralda e a chucha, a primeira visita ao pediatra, a primeira refeição, o primeiro dia de escola, as primeiras férias, os primeiros contactos com os outros meninos, etc. As coisas boas conseguiam atenuar as faltas pouco a pouco mas...

só há algo que tenho pena de não ter feito: gostava de ter mamado pelo
peito da minha mãe
, não pelo sabor do leite, afinal nunca o provei, mas porque
se tal acontecesse era sinal que não tinham cortado a minha mais pura fonte de
sobrevivência
logo nas minhas primeiras horas de vida... mais um sinal da pouca
fé de todos na minha sobrevivência (secaram o leite à minha mãe com a
justificação de que já não valia a pena
).

No entanto, houve algo que por mais estranho que possa parecer eu não sinto falta nem nunca senti, o dia em que dei os meus primeiros passos... unicamente porque não os dei e porque jamais poderei dá-los!

MAFALDA RIBEIRO

2 comentários:

Anónimo disse...

Querida e amada Rosa...que sempre esta presente no meu coração, na minha vida repetitiva, nos momentos de reflexão...sempre amiga. Quando venho aqui fico alegre, feliz por ver tamanha generosidade, compreensão, inteligencia...e me sinto muito feliz por ter você sempre comigo. Pessoas como vc/ são assim belas em todos os sentidos e sempre presente. Esse artigo me deixou calada e percebi o quanto sou pequena. Um abraço cheio de ternura.Myrian (Yriana)
leia aqui:http://jc.uol.com.br/2008/05/21/not_169356.php

Monstros!

Anónimo disse...

Obrigada Myrian. Gosto muito quando você comenta e dá sinal de presença. As mulheres podem ajudar-se mesmo a distância. Quando sentimos afinidade de alma com outras mulheres sentimo-nos menos sós.Força e coragem para si e espero que um dia volte de novo ao seu Blogue!!!
Muitos beijinhos

rosa leonor