O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, maio 06, 2008

A CASA DOS HORRORES

A INSANIDADE COLECTIVA DOS HOMENS...
Os crimes dos homens e as suas guerras são sempre inimputáveis...

Joseph Fritzl está preso. Mas "o seu advogado, um conhecido advogado austríaco chamado Rudolf Mayer, já avançou que, apesar da premeditação com que Fritzl levou a cabo os seus planos, vai invocar insanidade do cliente assim que o caso for a tribunal.

“Na minha opinião trata-se de um homem doente, que não é responsável pelos seus actos e que não deve estar numa prisão mas numa instituição psiquiátrica”.

"Depois dessas oito portas, metálicas e electronicamente controladas (uma delas pesava meia tonelada), começava o terror, o cenário onde Fritzl manteve cativa a filha e a engravidou por sete vezes. Um dos bebés terá morrido com três dias. Três das seis restantes crianças foram criadas em cativeiro e as outras três na casa de Fritzl e da mulher, entre cartas falsas de Elizabeth onde esta, supostamente desaparecida desde os 18 anos, escrevia à mãe a pedir-lhe para tomar conta dos seus filhos."

Este homem não é responsável...diz o advogado do diabo, um homem que elabora um plano tão macabro e a este nível, não pode ser condenado porque é insano e insana é a justiça patriarcal e as suas leis: iliba da responsabilidade os seus criminosos, porque no fundo do seu inconsciente colectivo a barbária perante as mulheres é desejável e legítima aos seus olhos...
Estamos num mundo de loucos e bárbaros que se defendem uns aos outros e em que as mulheres e as crianças são apenas vítimas sem defesa nem justiça...

“O que este homem fez está para lá da compreensão humana”, disse à BBC News Franz Polzer, coordenador da equipa de investigação.

2 comentários:

Anónimo disse...

A vida ensina, com o passar do tempo, que ninguém está interessado nas vítimas. Isto é mais que óbvio. Os interesses das vítimas são sempre questionados, no entanto dos interesses do corruptor tudo é uma mais valia, no sentido que é preciso estudar tudo e ouvir tudo o que ele tem para dizer. Muitas e senão na totalidade dos casos, somente quando o violador assume o seu crime, a vitima ganha mais confiança, ao contrário, a acusação de uma vitima ao seu predador é sempre colocada em causa. E porque é posta em causa, aqueles que a ouvem sempre pensam silenciosamente: “Estará a vitima a denunciar uma verdade?? Não estará a vitima a inventar?”. Há uma psicologia de retaguarda que o criminoso consegue executar sobre a vítima, a de que esta é sempre a causa dos seus actos e nunca o contrário e penso que de algum modo isso é tão forte que aqueles que a ouvem, parecem ouvir o som da acusação interna projectada pelo violador, predador etc….
Se um homem é alcoólico, geralmente acusa a esposa de ser a origem do seu alcoolismo, e muitas vezes é levado ao extremo essa acusação que ela acredita que é de facto a acusadora de tal dependência, embora não saiba como e nem porquê! No violador este papel de contra transferência inconsciente de bode expiatório sobre a vítima é da mesma ordem. Na minha mais singela opinião, acredito profundamente que o homem é um ser obsessivo por natureza e sobre o qual recai também uma outra faceta, a mania da exclusividade. Tudo isto é poder centralizado em favor dos seus desejos, desejos esses, que não servem a comunidade, antes o seu ego.

Neste caso particularidade, deste austríaco, acho de uma enorme “monstruosidade” o dito advogado ousar pensar que este homem não tem total culpabilidade pelos seus actos, antes diagnostica-lhe um desequilíbrio mental para o ilibar dos actos, que na minha opinião foram feitos, elaborados no mais sábio dos planos de forma totalmente consciente. Se assim não o fosse, como teria ele conseguido guardar tão bem um plano desta natureza? Não é para qualquer um a capacidade de praticar um crime em solo próprio e nenhum daqueles que o acompanhavam diariamente tivessem por um segundo sequer “intuído” que algo não estava bem. Se fosse assim tão demente, concerteza que tinha sido descoberto; mas como não foi o caso, presume-se que não havia demência nenhuma ali, antes sim um ser humano com capacidade de agir em conformidade a tudo o que podia para despistar qualquer pista, ou algo que ele escondia. Ora não fosse a sábia natureza, algo que ele não ousou pensar, já que se achava “poderoso” no seu segredo, isto nunca teria sido descoberto. Foi preciso uma filha adoecer, uma filha fruto da sua própria filha que carrega ou paga agora a fatia do seu ancestral pai ditador, violador… para que tudo viesse à luz do dia, sim, à luz do dia, já que as pobres criaturas nem a luz viam. Como diz uma frase sábia que muitos ignoram: “tudo o que é levado ao extremo, acaba por virar o seu contrário.”
Pelas noticias que já li, o dito cujo continua imparcial, friamente emocional diante disto tudo. Ainda ousou, mais uma vez, segundo o que li, somente dizer que sim, que praticou os crimes de que é acusado, mas que se recusa a confessar a origem desse seu comportamento. Provavelmente daqui a uns tempos, ouviremos o próprio a dizer que lamenta o comportamento que teve e pede perdão e na pior das hipóteses se assume como inocente nos seus actos, embora a confissão do crime seja claramente admitida. Neste caso, como é que ficam as vitimas?? Se um homem confessa o crime e diz que é inocente dos seus actos, como leva a crer esse advogado ao pronunciar que o seu cliente não estava com as faculdades psicológicas em harmonia, antes demente ou com insanidade. Isto provoca-me verdadeiramente um sentimento de asco e um acreditar que as vitimas não tem credibilidade neste mundo.
Muitas vezes é usual ouvir-se de uma vítima que as pessoas dizem: “esquece, isso é do passado. já passou!!” O que ninguém vê é que apesar de ser do passado, deixou marcas e quando se deixam marcas desta natureza, não é possível fazer de conta que tudo não passou de um sonho. Alguém quando faz uma operação, uma cirurgia, por mais que passem os anos, está lá na carne o traço do corte e até os pontos ainda. Aquela linha branca, origem do corte operatório, estará ali para dizer que no passado houve um corte naquele sítio. A única diferença é que não se sentiu o corte, mas numa violação sente-se o corte, as feridas… não há anestesia. As pessoas deviam ter mais cuidado quando ouvem uma vitima e quando dizem: isso é do passado, esquece!! Estão a dar continuação à vitimação, e não só, a recusarem a ouvir uma alma que poderia se libertar da sua própria crucificação. Mas na verdade, o que acontece, é que as pessoas estão mais interessadas no que o violador tem para dizer, em especial como é que conseguiu fazer aquilo, o que sentiu ao estar a fazer isso, que coisas do seu passado originaram isso. A mente do violador é mais interessante que a mente da vitima e digo isto porquê? Porque isto tem a haver com Poder!!

Mas claro, tudo isto é só uma opinião minha.

rosaleonor disse...

Achei muito imteresante o seu comentário de modo que o publiquei. Espero que não se importe...

Obrigada

rosa leonor