O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, maio 21, 2008

A GRANDEZA HUMANA

APARÊNCIA

Aparentemente sou diferente!
Ou se calhar é só a minha aparência que espelha isso…
Uns, olham para mim e percebem que há qualquer coisa de invulgar,
Outros, olham para mim e automaticamente cegam às diferenças,
Se é que elas existem, para além da aparência.
Predispõe-se para me escutar… para me conhecer e às tantas a aparência já não significa absolutamente nada.
Esta é a minha experiência e a minha vivência, àqueles que passam a possível barreira da aparência e conseguem ler-me interiormente chamo-lhes amigos ou única e exclusivamente pessoas disponíveis.
Ainda há pessoas com a capacidade de se darem aos outros mesmo àqueles cuja aparência não siga os moldes e os parâmetros da chamada sociedade global.
Fomos todos criados com o mesmo propósito, o de marcar a diferença em algum momento da nossa vida.
Mas criou-se o apelidado Dia Internacional da Pessoa Deficiente…
Eu pergunto: é preciso assinalar-se um dia para distinguir os supostos seres humanos diferentes?
Afinal, somos todos diferentes, ou não?
Existem normais e anormais ou existem pessoas? Somos todos pessoas!
Com um coração que bate e sente independentemente de qualquer imagem ou qualquer aparência física.
E o mais importante é que todos nós consigamos ver com os olhos do coração,
No fundo, é ver e não ver ao mesmo tempo. Lidar com a aparência de alguém é conseguir transpor a ponte da embalagem para o interior.
Não fomos talhados só para observar mas para olhar alguém com profundidade. É ver muito para além do que pode ser visto, se calhar é darmos o salto para dentro de alguém e deixarmo-nos olhar…
É não cedermos a ilusão de um primeiro olhar, é deixarmo-nos ficar…
E depois quando finalmente temos a coragem de abrir a boca e perceber o que está para além de uma aparência é importante agir
Sem pena, sem compaixão, sem culpa e sem revolta.
Basta-nos agir com naturalidade…
E mostrar a alguém como eu, como tantos outros que habitam o nosso mundo, que não são precisos dias para se assinalar as diferenças quando todos os homens são diferentes.
Sejamos voluntários ao amor para que a palavra solidariedade ganhe um contorno muito mais natural do que o actual e a arte de ajudar sirva também para mudar o conceito que todos temos da palavra APARÊNCIA!

Mafalda Ribeiro

4 comentários:

Marian - Lisboa - Portugal disse...

Ah, adoro essa menina e acho-a linda e maravilhosa. Tenho imenso respeito pela tranquila força dela, pela inteligencia, já a descobri faz tempo, anos, foi post meu na altura.

Anónimo disse...

a beleza d'alma é a própria alma... quando descreve a força que ela tem pelo mundo... é o mundo dentro da fé que se cria a cada dia mais...
Obrigado
Rami

rosaleonor disse...

Marian:

Também fiquei espantada com a sua lucidez e liberdade de espírito. Não parecia nada uma pessoa sofredora ou complexada como é comum ver pessoas nestes casos.Sim tem de ser uma grande alma...a sua serenidade e tranquilidade mostram uma alma evoluida...
abraço

rl

rosaleonor disse...

Rami! Que surpresa sentí-lo por aqui...há tanto tempo que você não aparecia.
A beleza da alma é sempre a mesma certamente mas há seres que a escondem ou toldam por ego ou uma vaidade qualquer que os tornam pouco dignos dessa beleza. Nem sempre a alma transparece e quando acontece torna os seres humanos realmente belos para lá de todas as aparências.

Volte mais vezes.

Já tinha saudades suas...
rosa leonor