O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, maio 08, 2008

A vertigem do mal...

QUANTO MENOS AMOR TIVERMOS MAIS O MAL NOS ATRAI...


Não sei de facto porque é que as coisas maravilhosas não atraiem tanto as pessoas como as maléficas... Há esse abismo no ser e ele é proporcional à falta de amor no mundo. Quanto menos amor tivémos, mais o mal nos atrai...As pessoas que são amadas são saudáveis e capazes de dar, de se darem e serem menos egoístas ou ambiciosas...Só que o mundo em si, este mundo absurdo onde impera a guerra e o crime, ainda não encontrou a maneira de todos sermos amados.

À humanidade talvez tenha falhado o amor da Mãe, talvez tenha faltado a DEUSA, talvez a mulher sofrida e amputada da sua dignidade, ferida no seu desejo, na sua expressão própria, seja incapaz da verdadeira ternura e não possa ter amado os seus filhos e por isso eles são tão cruéis com as mulheres...com as crianças e com os outros em geral!

Quem sabe se um dia as mulheres forem respeitadas e tiverem filhos desejados eles sejam amados e a humanidade possa então ser diferente? Quem sabe?
rlp
E...
MAIS UM COMENTÁRIO...O ÚLTIMO SOBRE O ASSUNTO:
Sim, é urgente começarmos a elevar a energia, caso contrário como podemos criticar os media?! É sempre possível ver de outro modo. Quem somos nós para acharmos que gente assim não merece compaixão?! Aproveitemos a "luz" para ver bem QUEM/O QUÊ SE ESCONDE NOS NOSSOS SUBTERRÂNEOS PESSOAIS?! QUE ESQUELETOS EXISTEM NOS NOSSOS PRÓPRIOS ARMÁRIOS? COMO CRIÁMOS ESTE MONSTRO? QUER QUEIRAMOS QUER NÃO, ELE É O NOSSO MONSTRO... Como se manifestou ele na nossa realidade?!!!
E pois é: tenho que amá-lo também a ele - é dose, mas é a única hipótese...
Acredito que enquanto não começarmos a ver as coisas deste modo, remetendo-as para nós, não chegamos a lado nenhum, não fazemos mais do que aquilo que gerações e gerações de "comadres", "compadres" e outros analistas sociais, fizeram ingloriamente até aqui.

6 comentários:

MOLOI LORASAI disse...

TUDO NO UNIVERSO
é muito básico. O que falta é o entendimento da coisa.Nós não nos casamos com a nossa alma gêmea porque com ela não temos relação de KARMA. Não temos que trocar com ela DORES&AMORES.

Quando saldarmos todo o nosso DÉBITO então sim, estaremos livres para a UNIÃO.

Anónimo disse...

Até ontem não havia me ocupado de ler nada sobre o caso este do monstro. Até porque acredito que quanto mais nos ocupamos com a "pirotecnia da desgraça" promovida pelos media, mais servimos aos seus propósitos.
Mas, dados os comentários correntes aqui fui me interar do caso e fiquei abismado, não necessariamente com os absurdos e bestialidades do criminoso, com a possibilidade inacreditável duma barbárie dessas ocorrer numa cidadezinha daquele tamanhinho durante quase 25 anos!! E ninguém, absolutamente ninguém ver ou cogitar nada!
Quer dizer, vizinhos, amigos e mesmo "autoridades", todos inebriados pela era da imagem, onde a Verdade é aquilo que se parece e ninguém questiona nada.
Ora, parece-me que a "filha transviada" foi para uma seita, e o "bom pai" de família além de estar acima de qualquer suspeita, ainda é quase que "consolado" com a guarda das crianças.
Então, a "filha transviada pela seita" deixa as crianças na porta, o pai bondoso, como todo bom cristão patriarcal e falocrático se compadece e busca adotar, e as autoridades simplesmente dizem amém?
Ninguém nunca se ocupou em perceber que, se a moça deixara os filhos na porta da casa do pai, provavelmente não estivesse muito longe de poder ser localizada?
Mas, do que eu li, o que realmente me deixou chocado, não foi a imprestabilidade das pessoas em geral, foi especialmente a situação que se refere à mãe da menina.
Durante mais de vinte anos a filha dela desaparece, "deixa" seus filhos na porta de casa para serem criados, o marido tem comportamentos estranhos. Passa horas no porão da casa sem que ela possa nem passar perto, nem ela nem ninguém aliás, e ela simplesmente se coloca em absoluta submissão e fica horrorizada dizendo que não podia imaginar???
Oras, que as pessoas que tinham apenas a imagem criada de boa reputação do "pai" de nada suspeitassem, até se pode entender. Mas a mulher que convive com ele há anos, 24 horas por dia, com toda a sensibilidade que uma mulher por mais fora do seu eixo que esteja possui naturalmente, não suspeitava de absolutamente nada?! A mim é realmente difícil de compreender.
Emfim... concordo com a idéia de dualidade do Universo. A Natureza-Mãe não é boa nem má, ela simplesmente é.
No entanto isso nada tem haver com o que acontece em casos como esses. Na verdade o que eu percebo é um uso maquiavélico dessa idéia pela mídia. Que dá divulgação astronômica para essas desgraças, afim de que percebamos o "bem" e busquemos "refúgio" no restante de suas teias de entretenimento "inofensivo".

Beijos & rosas

Anónimo disse...

A culpa é da mãe...
Pq parir, vamos abortar todos e sempre...
Aquela que não pariu fica desde já absolvida...
Já que não é mãe, não tem culpa de nada...
Agora as outras... condenamos...
vai uma fogueirinha aí?...
tá tudo dito...
Absolvam o pai, e deem lhe notoriedade...
Apenas não se esqueçam de culpar a mãe...

Lealdade Feminina disse...

MEU FILHO NÃO FOI PLANEJADO,
MAS FOI E É MUITO AMADO...
DESDE O PRIMEIRO INSTANTE
MUITO ANTES DE SER...
NÃO É PRECISO QUE A MÃE ESPERE
QUE A SOCIEDADE A VALIDE
PRA QUE ELA AME O SEU FILHO...
ISSO ACONTECE NO PATRIARCADO,
ONDE SÓ AS MÃES CASADAS
SERÃO SUPOSTAMENTE RESPEITADAS..
NENHUMA MULHER É RESPEITADA
NESTE PATRIARCADO
NENHUMA MULHER
NEM CASADA
NEM MÃE SOLTEIRA
NEM AQUELA QUE NÃO PARIU
A QUEM CHAMAM SECA...
NEM A VIRGEM
NEM A VELHA
NEM MÃE NENHUMA...
PQ A MULHER TRAZ A LUZ DA VIDA
E O PATRIARCADO APENAS
A INVEJA DO ÚTERO...
MAS CONCORDO QUE O CAMINHO É OLHAR DENTRO DE NÓS...LÁ HABITAM MUITOS MONSTROS
QUE NÃO PODEMOS CONFESSAR...
CUIDEMOS DOS NOSSOS MONSTROS...
E DEIXEMOS QUE A VIDA SIGA...
VAMOS FOCAR NAS VÍTIMAS E
ORAR POR ELAS...PQ KARMA OU NÃO
SERÁ DIFÍCIL "VER A LUZ"...

PS... A CULPA NÃO É DA MÃE...A CULPA É APENAS CATÓLICA...

Anónimo disse...

Fez bem em publicar o texto. É somente uma opinião. Sempre que posso venho visitar o blog e nem sempre escrevo ou deixo opinião, limito-me a ler. Às vezes, fico furiosa, outras nem tanto. Tem dias!! Abaixo segue outro texto, que teria escrito anteriormente a esse, ese se remetia a algo sobre a sexualidade. Concerteza que irá encontrar frases idênticas, já que guardara o texto e quando quis publicá-lo aqui não encontrei-o na pasta do Word. Então, limitei-me a escrever ao ler sobre o seu texto a casa dos horrores.
Abrç

Anónimo disse...

Uma Mulher, não sabe o que é a própria sexualidade, a não ser quando morrer para ela. Isto não quer dizer que perca o desejo, antes quer dizer que já não é dominado por ele. Porque enquanto não for dominada, a sexualidade, por ela, consequentemente será dominada pelo homem. Um dos profundos medos da mulher é perder a sua sexualidade; enquanto que no homem, esta perca, desperta um terror psicológico sem precedentes, porque só o facto de ter um pensamento sobre isso, a sua virilidade enquanto “macho” fica completamente aniquilada num mundo que diz “que a virilidade é algo imprescindível e que dá identidade”, é como uma espécie de marca tribal. Por outro lado, os seus testículos são a força motora da continuação da sua espécie, algo que também eles sentem pavor, ou seja que algum fique avariado ou na pior das hipóteses esmagado. Quem conhece os homens de perto, e os ouve, porque nem todas as mulheres, apesar do que lhes acontece, conhecem o homem. Poderá perceber subtilmente, até onde pode ir o seu “vorazismo”, quando recusado, quando preterido ou quando deseja alguma coisa… De alguma forma os homens são por natureza obsessivos; isto quer dizer: “obsessivos nas suas propriedades, nos seus egos, na sua superioridade”. A mulher, enquanto tiver a sua sexualidade exposta, aberta, submetida, ela terá sempre o homem a ditar-lhe a ordem. Como ela tem medo da perca da sua própria sexualidade, do desejo que habita-a, ela não ousa dizer Não, e ao não dizer Não, ela submete-se a algo que nem ela própria o sabe, mas que o homem sabe, e através disso energiza as partes do seu ser que necessitam dessa mesma força para poderem vencer, não importa o que seja, e para aumentarem uma determinada energia que, também, necessitam. Quando a mulher, parar, e olhar o homem como ele é, e negar-lhe a força, ele não terá muitas saídas… ele terá somente duas saídas, ou cai fora e continua o percurso, ou então tem de abrir mão da sexualidade até aí conhecida, para adentrar por um outro mundo que será de longe igual aquele. Mas diga-se é preciso o homem nascer já com esta predisposição genética, caso contrário não adianta esticar a corda. No pior dos casos, acontece as tais revelações chocantes de que fulano ou sicrano praticou actos de certa índole de forma aberrativa, inumana. Pois devemos ter em mente que a vida é uma balança, onde demónio e deus têm uma ligação estreita, quando mais se massifica, mais estreita e conflituosa é essa ligação, e tudo, claro, depende do filtro com que cada um estabelece essa comunicação.

Uma mulher que tenha sido abusada sexualmente, ela nunca poderá esquecer!! Esquecer é dar continuação ao crime. Ela deve fazer ouvidos “moucos” à sociedade que lhe diz: “Esquece, é passado!” Porque na verdade, a sociedade não está interessada na vítima, ela está mais interessada no violador, no abusador, no ditador. Pretende conhecer a energia que os leva a deter esse poder “maquiavélico, desajustado”, porque de alguma forma é um poder, um poder desequilibrado e que com toda a certeza se estivesse em harmonia, seria um grande poder e transformador no sentido do bem. Enquanto que, a cerca da vítima, pouco há para saber, já que o mundo é bastante povoado por submissos e basta olhar para ele, para ver com olhos de ver a realidade que é bastante denunciante. O povo é submisso aos governos, dependem das suas leis, é dependente dos patrões e pouco “ladram” para fazerem valer os seus direitos. Vendem-se facilmente a troco de algum dinheiro, de alguma posição mais elitista. É muito fácil saber da submissão, porque ela está intimamente ligada ao medo e sobrevivência) e por outro lado, é muito difícil de descobrir como se ganha poder pessoal para se fazer aberrações. Vejamos que na maior parte das vezes a vitima está sempre lúcida dos acontecimentos, ela se lembra ao pormenor todas as coisas, raramente falha um detalhe; agora, vejamos o violador, ele nem sempre tem a memória limpa e clara quanto ao impulso. Ele nunca sabe como aquilo acontece, ele sabe que acontece. A vítima sabe que acontece lucidamente, porque ela fica sem defesa, ameaçada, coagida até ao mais ténue nervo do corpo. O violador/corruptor nunca tem pena ou sente culpa dos seus actos, já que esta é de forma misteriosa toda projectada sobre a vítima, e que de forma também misteriosa não sabe porque se assume como bode expiatório. Isto é um jogo de forças antagónicas difícil de serem explicadas à luz da realidade cartesiana.
Acredito que existem três coisas que são fatais para a mulher: ser violada e também assistir a ela; presenciar um suicídio, e a morte de um filho/a saído das suas entranhas. Destas três, ela jamais poderá continuar ser a mesma mulher. Por mais que coloque capas, por mais que vista boas roupas, ela terá sempre esse buraco negro algures dentro dela a gritar que algo está errado. Não somente nela mesmo, mas também na sociedade. Não esquecer os actos praticados sobre si por pessoas levianas, implica continuar à alerta, perceber a sexualidade, compreender a sua própria sexualidade, libertar a sua sexualidade do medo e avançar para um lugar onde ela talvez é muito mais forte do que jamais poderia imaginar. Acredito que a violada é detentora de um poder sagrado, talvez por isso as coisas acontecem assim de forma tão brutal, prosaica, grosseira. Embora, haja mulheres que mesmo após serem violadas continuem normais como se tudo aquilo não fosse nada, ou por exemplo outras que após isso, envolvem-se num mundo de sexo obscuro, onde buscam homens para os usarem e deitarem fora, como se com isso estivessem a redimir o fardo. Procuram uma vingança que nunca terá saída e acabam sim por ficarem engolidas no seu próprio veneno. Acabando de alguma forma doando o poder a todos os homens de uma forma inconsciente. Vejamos o caso de Oprah, violada aos nove anos se não me engano, apesar de todos os sucessos, ela revelou esse episódio da sua vida, e ousou oferecer X dollares a quem encontrasse violador tal que se encontrava “a monte”. Ela não esqueceu e nem colocou para trás das costas o sucedido. Ela fala e denuncia ao mundo que existe estas realidades, realidades que o povo continua a querer fechar os olhos, assim como para a realidade do Ser Mulher.
Quantas vítimas abrem a boca para denunciar crimes? Poucas, não é verdade? E se alguém se atreve a denunciar ou “conversar” sobre isso, que atitude do ouvinte recebe?
Até os próprios ditos psicólogos não estão ou não foram preparados para isto. Há tanta gente que grita ao mundo de que foi vitima, e os “ouvintes” parecem não ouvir. O que sei, é que toda a gente está preparada para receber o seu “cachet”, mas não para ajudar de facto. As pessoas fazem “ramais” para não ouvir, e preferem conduzir a outros assuntos mais práticos e mais passíveis de serem ajudados. Portanto, a vitima é um ser solitário, porque nem Deus a ouve, no entanto o demónio ouve bem o violador, tanto que lhe dá regalias para continuar a usufruir de uma boa dose de protecção e de lucros, não importa que seja para a satisfação emocional por via do prazer, quer a satisfação material por via de riquezas. Já agora, vale apena pensar em Cristo. Crucificado e a berrar ao Pai que o tirasse daquela situação adversativa. Ele ainda tem a coragem de dizer: “Oh, Pai, Perdoa-os porque não sabem o que fazem!!” Há Seres que tem a faculdade sublime de fazerem o papel de vitima, como Cristo. O que ganhou ele com isso: “ O não esquecimento da sua pessoa!! A perpetuou a memória da sua crucificação.” É um facto histórico da civilização e um facto religioso ao nível das religiões mundiais. Não há memória na história da humanidade de um ser iluminado tratado com tanta crueldade e que não teve ninguém a seu favor.
Não quero acusar ninguém ao escrever sobre estes assuntos, apenas apresento factos, questões para que se possa pensar um pouco melhor. Isto ao fim ao acabo nada tem a ver com deus, antes é bem humano o que aqui se passa. Porque se tivesse a haver com deus, então teríamos de aceitar estas dicotomias entre bem e mal, e portanto logo o violador/corruptor/violentador doméstico não poderia ter castigo porque é uma condição da faceta do deus, e a vitima não devia ser desmerecida porque é outra faceta. Resumindo, tudo isto é de facto mais complicado do que imaginemos.
Por outro lado, imaginemos que uma vítima não importa qual seja a natureza do seu infortúnio, construísse um blog e contasse a sua visão das coisas; e agora imaginemos que um usurpador, violador, assassino criasse o seu blog e contasse todos os seus actos. Em pouco tempo viríamos, como aqui já foi dito entre comentários e textos expostos, que inevitavelmente a atracção seria pelo horror, ou seja pelo criminoso.

"Leitora De Mulheres e Deusas"