O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, junho 12, 2008

As mulheres e a inconsciência de si mesmas...

"Eu sou mulher, companheira, mãe e já escrevi alguns livros. Tive longos anos, e outros mais curtos, para viver estas realizações todas mas admito que, durante muito tempo, nunca tomei consciência senão de forma superficial da especificidade da condição feminina. Nunca me situei a um nível de uma solidariedade compreendida e assumida com outras mulheres. Debati-me com problemas e limitações mas nunca as liguei ao facto de ser mulher. Não explorei os traços que me marcavam no meu inconsciente de mulher.

Pelos meus estudos e educação adquiri uma tal força de conquista e de igualdade face ao homem que nem suspeitava que pudesse haver quaisquer limitações próprias do meu sexo. Ou eu não sofri o suficiente para as sentir. Creio que muitas mulheres que se sentem relativamente realizadas na sua vida têm esta forma de inconsciência. Durante a sua luta as feministas informaram-se acerca dessas questões, procuraram-nas compreender, leram e escreveram acerca delas. O seu trabalho não foi em vão. Porém, no inebriamento de uma aparente vitória, recolheram-se os frutos, mas esquecemos que nada ainda foi realmente ganho a um nível mais profundo. O combate feminista já parece ultrapassado e as mulheres de hoje sentem instintivamente, sem mesmo reflectir, que esta etiqueta não lhes serve a sua sedução. A reivindicação tem um cheiro a escravidão e a mulher dos nossos dias afirma-se como uma conquistadora. No entanto, cada mulher traz em si os estigmas da longa história da mulher e em uma só vida têm de atravessar diversas etapas. (…)

Nós talvez já não tenhamos necessidade de ser feministas, mas nós temos uma enorme necessidade de ser femininas, de melhor delinear e afirmar os valores do feminino. O papel das mulheres não é mais o de reivindicar direitos e liberdades das quais já ninguém as pensa privar: ela cria, ela afirma-se, ela é, e esta plenitude de SER assegura o seu brilho. (…)

A mulher submissa era o pórtico de uma civilização do sacrifício, a mulher solar abre-se para uma civilização iluminada. "

In LA FEMME SOLAIRE de Paule Salomon
-
Um livro tão importante ou tão essencial como O Cálice e a Espada...

4 comentários:

Anónimo disse...

Comento aqui:


Sobre O SEXO E A CIDADE - veja-se o que diz o jornal EXOnline...

Abuchean a Sex and the city por racista
Salvador Franco Reyes

«El público mexicano se quejó amargamente de las insinuaciones racistas y despectivas que muestra la cinta contra el país»



Sex and the city: La película recibió este fin de semana sus primeros abucheos a escala mundial. Pero no se debieron a la narrativa fílmica o al final feliz que plantea la historia, sino a los comentarios racistas y antimexicanos que se escuchan en el filme protagonizado por Sarah Jessica Parker.

Y es que en dos ocasiones, uno de los personajes del filme pronuncia diálogos que lastimaron la sensibilidad de los espectadores mexicanos, quienes no toleraron que la versión fílmica de su serie favorita ofenda a su país y a su gente.

Los comentarios racistas salen de la boca de Charlotte York (Kristin Davis), quien durante su estancia en México (Los Cabos) no quiere comer alimentos en restaurantes y se excede en su obsesión por el agua embotellada para no contraer ingún tipo de infección o enfermedad.

“¿Cómo voy a comer si estámos en México?”, dice en una de las secuencias del filme, donde tiene ante sí todo un manjar de platillos nacionales.

En otro momento, es Carrie la que narra que a Charlotte “se le olvidó (que estaba en México) y bebe agua de la regadera”, misma que escupe escandalozamente. A pesar de todos sus esfuerzos, el personaje de Charlotte no logra evadir las infecciones estomacales, aunque no se precisa si éstas las contrajo por el agua que bebió de la regadera o por sólo comer sus “flanecitos” made in USA.

Para continuar a ler: http://www.exonline.com.mx/diario/noticia/funcion/escena/abuchean_a_sex_and_the_city_por_racista/245809


LA de M&D

Anónimo disse...

Aqui neste blog « http://sindromedeestocolmo.com/archives/2008/06/sex_and_the_city_-_um_dos_piores_filmes_que_vi.html/ » encontra-se uma critica interessante sobre o sexo e a cidade. A autora do mesmo escreveu longamente sobre o filme, revelando sequencias e opinando sobre o mesmo, e como poderão ver, houve quem não gostasse das criticas.

Retirando alguns trechos que considerei interessante:

(...) o que me deixa triste é que tantas mulheres tenham como modelo figuras tão superficiais e caricatas como as quatro personagens da série/filme. Essa pobre criatura que acabou de me escrever dizendo que eu sou frustrada provavelmente nunca nem viu uma dessas horrendas bolsas Louis Vuitton ao vivo e é isso que ela considera sonho, glamour. (...)

(...) Glamurosa, pra mim, é a mulher que tem dignidade, honestidade, coerência e, principalmente, respeito a todos, sejam eles mexicanos, filipinos, quenianos ou brasileiros.(...)

(...) 1. Racista, machista, xenofóbico

Não dá pra explicar muito, veja o link lá embaixo pra ler os detalhes, se não se incomodar com os spoilers, mas o filme é tão absurdamente preconceituoso que me deixou enojada e fico pasma que as pessoas assistam sem se indignar e, provavelmente, sem nem perceber.

Na série, por ter muito mais tempo, pelo menos colocaram uma latina (Sônia Braga) e um afro-americano (o médico que namorou a Miranda) em posições menos subalternas (ainda que tenham sido raríssimos em dez anos), mas no filme, o preconceito é concentrado.

Quanto ao machismo, nem preciso falar muito, né? é o filme todo. Uma cena que não vai interferir no conjunto e acho que posso contar aqui é da Samantha fazendo um sushi e se deitando numa mesa nua com o sushi espalhado pelo corpo (como fazem em alguns restaurantes) esperando o namorado. O fim. (...)


(...) Gente, pelamordedeus, me explique, como as pessoas vão a um filme e não vêem nada disso? como não se sentem insultadas, ofendidas, estereotipadas? será que viram o mesmo filme que eu?

Enfim, o pior filme da minha vida. Ele até que é assistível, apesar de que, mesmo se tirasse todas as ofensas, ainda seria um roteiro péssimo. Mas é o pior porque pretende marcar a vida das mulheres que acompanharam a série e tudo que faz é acentuar tudo que existe de pior nela e nessa cidade. (...)

Anónimo disse...

Continuando... do mesmo blog - sindroma de estocolmo - aqui poderá-se ver um comentário de alguém à autora do blog acerca do filme SATC (...)A impressão que tenho é estão todos hipnotizados como nas vésperas de datas festivas quando uma multidão sai às ruas para fazer compras sem pensar no porque e para que estão comprando coisas inúteis das quais elas não têm necessidade. É uma loucura? Demência coletiva momentânea? Não sei, mas parece que uma buzina é tocada e todos entram num transe. É assustador!


Assustador é também a falta de senso crítico com o que vêm. Satc é uma ode ao consumo desenfreado, irrefletido e automático. As “glamurosas” do filme (e série) vivem uma realidade muito distante das suas defensoras, brasileiras que, se frequentassem aquele meio, seriam, na série, no filme e na vida real (salvo meia dúzia de excessões)as faxineiras e manicures, se tivessem sorte, e se esta não lhes sorrisse, seriam as dançarinas noturnas e as prostitutas. Mas, parece que elas não conseguem ver o lugar reservado aos latinos no cinema e televisão.

O argumento mais usada pelas defensoras é que o filme é só um filme. Ora, um filme nunca é só um filme, um livro nunca é só um livro, eles trazem nas entrelinhas coisas muito mais profundas.

Estudo literatura e sei que uma obra nunca é só o que está escrito, ela encerra muitas outras coisas que não estão tão visíveis assim como ideologia, politica, concpções do autor e da época.

O filme em questão, assim como a série, (falo mais pela série) traz em suas entrelinhas ideologias nefastas mostradas pelo consumo desenfreado das quatro amigas, glorificação da marca (em nenhum momento as crianças asiáticas semiescravas que costuram as bolsas que as “glamurosas” compram, nem os africanos que morrem na extração dos diamantes que elas usam, nem os pedreiros que perdem as mãos no corte do mármore que reveste o chão que elas pisam aparecem vinculados a esse Glamour), superioridade racial do branco, superioridade da civilização americana em detrimento das demais (é só ver a viagem ao México de uma das personagens) e uma das piores, entre outras, o atrelamento da felicidade ao ato de comprar, o consumo é apresentado como um maravilhoso remédio para o espírito. (...)

Para ver o resto do comentário acesar: http://sindromedeestocolmo.com/archives/2008/06/um_filme_nunca_e_so_um_filme.html/#more-4012

Para quem quiser ver tudo sobre este debate Cinema - discriminação acesse ao link: http://sindromedeestocolmo.com/archives/category/artes/cinema/

L de M&D

Anónimo disse...

A mulher é Mãe, é Irmã, é Esposa, mas antes de qualquer desses atributos por similaridade e aproximação, ela é Mulher.

"A mulher submissa era o pórtico de uma civilização do sacrifício, a mulher solar abre-se para uma civilização iluminada."

Pois carrega em seu ventre o poder de gestar o mundo, assim se mostra, que tal qual seu pensamento, se portará deste modo. Queres ser rainha? Pois acostume-se com a coroa. E gestará um reinado. Permaneça submissa, e conderá o mundo à escravidão. Abra os seus olhos para luz, e verá uma geração inteira de seres iluminados!

Abraços