O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, julho 05, 2008

a propósito de tudo e de nada...

"A eliminação da dimensão moral das nossas vidas abre o caminho à lógica dos psicopatas. É isso que eu temo. Estamos a mover-nos rumo a uma guerra entre um gigantesco sistema psicopatológico contra outro gigantesco sistema psicopatológico. É assim que eu vejo o futuro. Uma espécie de luta darwiniana entre dois gigantes psicopatas rivais. O dos atacantes do 11 de Setembro contra o do complexo político-militar americano (...)

Não temos interesse em nenhuma zona para além da nossa esquina do mundo. Estamos armadilhados na nossa história social.

(...) Vimos, na televisão, imagens de pessoas a morrerem à fome no Sudão. Que fazemos? Nada. As nossas atitudes são completamente provincianas. As nossas vidas são controladas. " (...)
(J.G. Ballard, in Público)"
Os pequenos interesses, os egos mesquinhos, a lógica psicopata em tudo, na política em defesa de projectos megalómanos ou a democracia na defesa das minorias aberrantes, na falta de senso comum e de ética a mais elementar, fazem-nos asfixiar de mediocridade e perplexidade no dia a dia...

-A defesa ideológica das nações pelos seus exércitos e pelo terror de um lado e do outro das partes ofendidas, ou a ofensa e represálias ao ser humano porque é poderoso e rico da parte dos oprimidos...ou a violência gratuita dos oprimidos porque não são os ricos e poderosos...

Ainda presos ao filme dos comunistas e fascistas, dos bons e dos máus...a cegueira colectiva é a mesma nos seus extremos.

E ninguém vê o horror de torturar e matar ou perseguir e raptar inocentes que se pressupõe estar do lado contra o que se luta seja por ideologias, crenças ou interesses económicos, sem ver que somos todos igualmente humanos e ignorantes debaixo do mesmo sol a aquecer...do mesmo gelo a derreter, dos mesmos mares poluidos, da mesma desertificação do Planeta...e da fome no mundo!

Não há meio termo, não há visão justa, há ajustes de contas e ódios na sociedade e no mundo, há uma falta tremenda de discernimento, de bom senso e objectividade nas questões sociais e políticas, nas empresas, na vida diária das populações, na ausência de tomadas de posição das pessoas por falta de consciência cívica e do exercício de cidadania, que tudo se confunde e nada faz sentido neste mundo.
O movimento humano é cada vez mais caótico e desordenado, paradoxal e cego...a alienação global é o culminar da demência individual e cada um de nós não vê o mundo girar em torno da sua loucura e que vai cair no abismo...
rlp

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