O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, outubro 24, 2008

ONDE VIVE A MULHER SELVAGEM


“E então o que é a Mulher Selvagem? Do ponto de vista da psicologia arquetípica, bem como pela tradição das contadoras de histórias, ela é a alma feminina. No entanto ela é mais do que isso. Ela é a origem do feminino. Ela é tudo o que for instintivo, tanto no mundo visível quanto do mundo oculto - ela é a base. Cada uma de nós recebe uma célula refulgente que contém todos os instintos e conhecimentos necessários para a nossa vida.
(...)

Ela é quem se enfurece diante da injustiça.
Ela é a que gira como uma roda enorme.
É a criadora dos ciclos.
É à procura dela que saímos de casa.
É à procura dela que voltamos para casa.
Ela é a raiz estrumada de todas as mulheres.
Ela é tudo o que nos mantém vivas quando achamos que chegamos ao fim.
Ela é a geradora de acordos e ideias pequenas e incipientes.
Ela é a mente que nos conhece; nós somos os seus pensamentos.

Onde vive a Mulher Selvagem? No fundo do poço, nas nascentes, no éter do início dos tempos. Ela está na lágrima e nos Oceano. Está no câmbio das árvores, que zune à medida que cresce. Ela vem do futuro e do início dos tempos. Vive no passado e é evocada por nós. Vive no presente e tem lugar à nossa mesa, fica atrás de nós numa fila e segue à nossa frente quando dirigimos na estrada. Ela vive no futuro e volta no tempo para nos encontrar agora."

in Mulheres que Correm com os Lobos" - de Clarissa Pinkola Estes, ed. Rocco 1999

Imagem, quadro da pintora Lena Gal

4 comentários:

Anónimo disse...

Oi Rosa,acompanho teu blog todos os dias aqui no Brasil,e agradeço as tuas palavras o despertar de minha consciência da força feminina.Além de te parabenizar,gostaria de que fizesses um comentário sobre o maravilhoso filme que assisti ontem com minhas filhas,Ensaio Sobre a Cegueira,do mestre Saramago.Neste filme onde transparece a força da Mulher,como ela é usada,ferida,sempre ressaltando a figura feminina no papel da personagem principal interpretada magistralmente pela atriz Juliane Moore.Neste filme pude correlacionar todas as mensagens passadas através do teu blog
Abraços e que sejas sempre abençoada pela Deusa!!!
Continue sempre escrevendo!!!

Anónimo disse...

você pode brincar como quiser e ignorar o karma, de uma maneira burguesa, mas eu não vi um ovni, eu tive um contacto inteligente que durou um mês, desenvolvendo-se até o último dia, e isto no plano físico.
o que eu quis dizer é que a rede kármica dos desgraçados do mundo é um abismo que os burgueses FAZEM TUDO POR IGNORAR.

Paula Marinho disse...

Ela (re)nasceu... e vive em mim, grande, exuberante, linda, soberana e senhora de si. Foi deixar que isso acontecesse, foi permitir ouvir seus sussurros. Bjus minha amiga e mto sucesso

Paula Marinho disse...

Ah... obrigada por me ensinar a ouví-la! PAZ!