O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, novembro 29, 2008

E SE FOSSE "SER MULHER!"...


Minha amiga:

Obrigada pela sua informação. Embora eu não acredite que a boa vontade dos homens sirva para alguma coisa sem a consciência das mulheres, creio na sua boa intenção, assim como na das mulheres da Umar. O seu trabalho é sem dúvida meritório mas ingénuo. Porque enquanto a mulher não tiver consciência de si mesma enquanto ser cindido e não tiver acesso à sede do seu poder interno ela vai acreditar no homem como seu salvador e apelar sucessivamente para os homens como se eles é que as pudessem proteger…mesmo quando vêem que são os próprios maridos e amantes a matar e a escravisar as mulheres e que nem a polícia nem os políticos fazem nada por elas. As mulheres políticas estão a acreditar nos homens políticos ou nos outros, “os homens de boa vontade”, como as católicas acreditam nos padres, tão desprezadas e oprimidas pela Igreja como o são as casadas em casa pelos maridos, há séculos... Elas não percebem que estão a agir tal como as mulheres casadas, que mesmo violentadas, tendem a crer que eles, os seus algozes, mudam…e não vêem que esses homens são os mesmos que em outras casas praticam, no mínimo, violência psicológica com as suas mulheres ou que as desprezam mantendo apenas as aparências.

Enquanto a mulher não tiver consciência da sua própria divisão interna e não lutar por ela mesma para se elevar enquanto ser livre e integro, enquanto ela não perceber que a sociedade patriarcal NUNCA a aceitará sem que seja ela mesma a afirmar-se e a conquistar a sua integridade, ela não pode esperar do homem uma verdadeira fraternidade pois ela mesma continua dividida e contra as outras mulheres…Digo-lhe apenas isto: se eu lhes falasse a elas do que penso e como penso elas estariam contra mim…
Pense nisso.
E pense que a maioria dos “professores” que se manifestam contra
a Ministra da Educação são na grande maioria mulheres…imagine o que seria se as mulheres em vez de se manifestarem pela “avaliação” contra a divisão da classe se manifestassem contra a violência sobre as mulheres?
Imagine só…em todo o País, com chuva ou sol, ali estão milhares de mulheres unidas e indignadas a gritar pela sua classe…atingidas na sua dignidade de professoras elas reagem, mas atingindas as mulheres na sua dignidade pessoal e física enquanto pessoa humana…elas não se importam, sabe porquê? Porque se estão nas tintas para as outras mulheres…elas defendem o sistema, as suas profissões, as suas crenças por puro egoísmo…não é uma causa solidária…é apenas o seu ego de professores posto em causa… a subida na carreira e os ordenados…

É dentro do quadro da sociedade de consumo, onde se produz roupas ou cultura com a mesma falta de consciência e se morre por dentro sem amor nem verdadeira dignidade…Porque a sociedade patriarcal, seja ela capitalista ou comunista não respeita nem nunca respeitou a mulher na sua essência!!!


NOTA À MARGEM:

Entre esse arrumador de carros, que persegue a mulher e a ameaça, um proxeneta e um fanático muçulmano só difere a crença. Um acredita em alá...o de cá tanto como o proxeneta, crê-se alá ele mesmo... Estes são os deuses menores…os deuses fabricados pelos patriarcas que matam e mandam nas suas mulheres…por lei, por honra e orgulho, por ódio e medo…São os mesmos que se dizem terroristas e matam em nome de uma justiça qualquer ou de um deus que odeia a natruzea e as mulheres.
Os que ameaçam e matam as mulheres são os terroristas potenciais que andam para aí à solta e não são presos. A polícia e o Estado, assim como a igreja são coniventes com eles há séculos. Como o foram com a pedofilia e continuam a encobrir-se uns aos outros…é por isso que não consigo acreditar que haja homens que não sejam cúmplices...
- O caso assinalado no poste anterior é só mais um caso de entre muitos de todos os dias em todo o mundo.

2 comentários:

Anónimo disse...

Olá Rosa

Embora a petição apele sobretudo aos homens, as mulheres também estão a assinar como pode ver se aceder à petição on-line.
Esta é uma causa que sendo social deve ser de todos, homens e mulheres.
A violência sobre as mulheres tem que parar não é admissivel que continue a crescer o número de mulheres agredidas e que os agressores sejam cada vez menos responsabilizados.
Qualquer acção que pretenda unir esforços nesse sentido é sempre válida e parece-me ainda longe o dia em que a consciência da verdade da essência feminina se faça presente com toda a sua força e plena dimensão. Até lá ainda muitas serão vitimas de agressões e de maus tratos.


De facto já nos tinhamos encontrado, foi antes da sua viagem ao egipto na exposição da Lena gal...

Um abraço grande
M.lurdes

Anónimo disse...

Olá M.Lurdes!

Eu compreendo a sua ideia, mas como dizia não creio que haja grande mudança enquanto as próprias mulheres não mudarem dentro delas próprias...enquanto as mulheres não souberem quem verdadeiramente são e continuem a imitar os homens...a servir os seus padrões, a conquistar direitos masculinos que nada têm a ver com a essência da Mulher verdadeira. sei que me acham radical, mas temos de começar por nós próprias, e só mudandoa nossa prespectiva do feminino, poderemos ajudar as outras mulheres e...homens.

Gostava de falar pessoalemnte consigo...

um abraço

rosa leonor