O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, maio 08, 2009

KUAN NIN

O FEMININO SAGRADO

O Feminino Sagrado, apesar de tão profanado, apresenta-se como a grande alternativa à consciência de um feminino fracturado, permanentemente dividido e em conflito na mulher dos nossos dias. Porque falta à mulher de hoje, a mulher que conquistou um lugar na sociedade e que luta pelos seus direitos e igualdades, que luta pela sua dignidade, a Dimensão Ontológica do seu ser, todas essas conquistas não a põem em contacto com a mulher autêntica, a mulher ancestral, a mulher eterna, porque ela é apenas a metade mulher que negou uma parte de si através da religião que a aprisionou no dogma e viciou essa dimensão.
A mulher intelectual, a mulher que se julga liberta de preconceitos, tanto como ou mulher religiosa, não quer encarar esse lado Sombra do seu ser porque se lembra de coisas atávicas que lhe valeram perseguições e também a grande alienação da sua própria mística. Desse modo, uma e outra, perderam a dimensão secreta do seu ser interno, a coesão entre a sua alma corpo e espírito e enquanto ambas não equacionarem o seu ser ao nível dessa totalidade que são, ao nível das energias cósmicas por um lado, o céu, e as energias telúricas, da terra, por outro, de que ela é a representante privilegiada, ela não conquista verdadeiramente nada para si nem para a Vida na sua real dimensão. E é esta sua essência e matriz sonegada na revelação do milagre do Amor e da Concepção, que a mulher perdeu completamente na banalização e na vulgaridade das vidas quotidianas sem essa dimensão do Sagrada do Feminino, parte integrante do SER MULHER inteira.
Se a mulher não recuperar essa dimensão, se ela não entrar de novo em ressonância com o seu verdadeiro feminino, aquele que ficou na fronteira das reivindicações materiais dentro das concepções ideológicas da sociedade capitalista ou positivista marxista, ela nunca atingirá um patamar de verdadeira realização interior e limitar-se-á a viver a parte exterior do seu ser e quase apenas o seu lado masculino…

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Rosa Leonor Pedro
Mulheres & Deusas
*texto publicado na revista Flôr de Lótus deste mês

2 comentários:

anfibia disse...

olá querida!
conheci a deusa kuan yin e em seguida fui iniciada no magnified healing, que é um reiki que lida especialmente com essa energia compassiva e feminina.
como pagã, tenho-a como deusa de referência. a imagem que postou é muito bonita!

Anónimo disse...

linda e doce kuan nin...princípio feminino por excelência, mãe da bondade...de que tanto precisamos neste mundo de dementes e loucos que somos todos um pouco...

um grande abraço minha querida sempre presente!

rleonor