O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, abril 06, 2010

NO CORAÇÃO DA DEUSA...


MATER MUNDI


- Você me deixa sem jeito mesmo, como qualquer elogio me deixa sempre...mas eu aceito a sua sincera homenagem porque eu sei no meu coração que ela veio com toda a força directamente da Deusa, pela sua boca, nas palavras de uma grande feiticeira, que como uma mãe de santo, fiel à sua origem e herança antiga, me chamou a mim deste torpor e descrença e por isso sei que esse amor veio também do seu coração puro sempre fiel ao eco da nossa Mãe Terra e à Deusa.

Eu sei que você, sem o saber, respondeu ao meu grito de alma pela força da Deusa com esse seu jeito tempestuoso a dizer-me para eu não parar, para eu não morrer...porque eu não aguento mais esta falta de Verdade ao cimo da terra e a falta de Consciência da Mulher. Não aguento mais esta traição da mulher a si mesma, este esquecimento da sua essência e morro de saudades da vida verdadeira, das árvores sagradas, mortas pela mão rude do homem e também eu sonho com as noites puras de Luar e cânticos ardentes e orações pungentes ao ritmo dos tambores, enquanto as sacerdotisas da Mãe entoam ladainhas que se elevam da terra ao céu…

Você falou assim, para mim, porque eu não aguento mais este tempo sem alma e sem adoração, este tempo de ignomínia em que essa Beleza única da Grande Deusa é profanada em cada mulher esquecida de si mesma, violentada pelos homens, pela trama social e torturada pelos químicos e pelo silicone…
Eu sei minha irmã que a Deusa pôs todas essas palavras na sua boca quando eu quase desistia de tudo e até queria deixar de lutar por esta causa…desta vez sem dizer nada a ninguém. Eu sei que a Mãe me quis dizer que não foi em vão…sim, que esta minha vida não é em vão…

E um dia, pode não ser já nesta vida, mas algures, ou fora do tempo e do espaço, havemos todas de voltar a dançar descalças à volta do fogo e o sorriso da Deusa voltará a iluminar-nos os rostos de luz e amor.

Você volta agora à sua terra Natal onde tenho a certeza poderá – porque é ainda uma jovem mãe - reunir as mulheres que nesse País, abençoado pela Deusa, são mais livres, mais naturais porque estão mais perto da natureza viva e da Mãe…


E leve consigo a minha gratidão à sua capacidade de verdade, à sua coragem de ser você mesma! À sua lealdade feminina!

Eu fico aqui neste país de exilados, que se trai na sua essência, sem esperança nas mulheres do meu país porque elas se venderam ao Sistema e estão tão alienadas de si a pensar que são livres…

Rosa Leonor


http://lealdadefeminina.blogspot.com/




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