O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, janeiro 07, 2012

Ser Mulher...

 
POR MAAT
ESCRITO EM 2002/2012
(adequadamente ampliado)

UNI+VERS+ELLE...
Eu sou digamos uma feminista radical! Transcendental...(e não do fio dental...)
Sim, sou-o no sentido de ir à Matriz e á raiz, á origem do universo feminino - para além da Cultura da História e da Psicologia - na pesquisa e busca da sua essência primeira muito para além do seu corpo/objecto/sexual, tido como único atributo que o Homem  e a sociedade  concedeu à mulher, seja para procriar seja para dela desfrutar, como esposa concubina escrava ou hetaira.
... Eu não procuro nem preciso de me afirmar ou evidenciar sexualmente para ser mulher. Não preciso de modas, implantes, estéticas nem de silicone...Não sou amante, nem preciso de o ser para ser mulher, não sou mãe nem preciso de ser mãe para ser fêmea e saber dos meus seios nem das minhas entranhas e do meu útero intacto!
Não sou escrava dos meus instintos básicos. Nem me vergo aos meus apetites súbitos, as minhas pulsões sexuais e outras....como não as nego...mas não faço da mulher sensual ou da mulher sexual a minha bandeira. Nunca fiz...Sempre me vi um SER para além da aparência...do corpo e da mente...
Eu sou corpo e mente sim, mas mais do que  corpo e mente eu sou Alma em harmonia com a minha Psique e o meu Espírito e reivindico a minha totalidade como ser humano inteiro independentemente da minha não-função ou do valor que esta sociedade me atribuiu enquanto parideira, mulher casada ou mãe solteira, acompanhante de luxo, prostituta ou objecto sexual e não preciso de me medir pelo meu prazer, pela quantidade de orgasmos, nem pelas caricias que recebo ou do prazer que dou ou não dou. Não sou um objecto sexual nem procriadora nem mãe nem avó ou tia ou empregada doméstica, artista, rainha ou escritora ou dona de casa! Eu sou apenas MULHER-MULHER! 
Eu sou um ser inteiro e livre sem necessitar de outro complemento que não seja a minha consciência e o meu coração. Sou capaz de toda a plenitude em mim mesma sem nenhum outro atributo e não confundo as minhas carências nem os meus apetites e desejos com a minha essência primeira. Sou  senhora do meu ser sem o precisar submeter a  apetites, desejos, regras ou a ideias preconcebidas e a conceitos para ser eu mesma! Nem sequer preciso estar contra as regras ou estabelecer outras...
Não me vejo nem revejo nas outras mulheres, não sou mais nem sou menos nem igual, SOU DIFERENTE  e todas somos diferentes. Não estou a favor nem contra ninguém, mas tenho o direito a ser o que sou. Como sempre fui e fiel a mim mesma. A ninguém peço permissão para ser nem condeno ninguém por ser o que é...Não tenho que pertencer a nenhum consenso entre mulheres nem entre homens, nem estar contra ninguém, grupo ou sociedade! Essa é a minha liberdade de ser e amar, ambos os aspectos indissociáveis em si.
 
NINGUÉM PODE AMAR SEM SER...
 
Ninguém que não atinja um grau de consciência individual e maturidade ao nível do seu ser total, ao nível "transcendente" é verdadeiramente livre ou pode amar realmente quem ou o que quer que seja, para além dessa dicotomia permanente de bem e mal e antagonismo sexual, social, psicológico, histórico e político...
O meu amor à Mulher como ao SER Humano não é transversal...é Universal...
rlp

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