O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, maio 04, 2012

SER OU NÃO SER... EIS A QUESTÃO...


MULHER E HOMEM...

E O JOGO DOS ESPELHOS...

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Já em tempos escrevi um pouco sobre o que penso da questão homossexual…não que eu queira debater o tema ou entrar em discussão aberta sobre o assunto. Tenho a minha própria visão e experiência e é nela que me baseio. A questão pode ser muito nobre à partida, mas é ainda mais complexa e merece uma atenção especial, mas partindo de outros pressupostos e com fundamentos sobre o nosso Ser Maior, cuja alma não é feminina nem masculina e por isso tratada a um nível bem superior do que estamos habituadas a ouvir e a ver.

Por essas razões não me debruçarei sobre o tema, mas mantenho apenas a minha visão e posição corroborando a ideia, uma vez mais, de que o SER Humano, está muito acima e além da questão de superfície tão propagada, de género e sexo, tanto como a vida humana é em si mais longa e significativa, do que a fase que vai da eclosão da sexualidade ao seu término, embora, como a vemos ser debatida ao nível dos média e através de grandes audiências se incuta a ideia de uma sexualidade "eterna" como se essa fosse a única razão de viver e único sentido de vida do ser humano.

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Tornou-se assim um assunto consensual para os políticos e jornalistas falar em temas fracturantes, pois deste modo desviam as populações dos assuntos graves que nos afligem, provocando a polémica social em todos os sectores da sociedade, desviando-se das questões graves e verdadeiras, passando-as para trás das costas...ocupando a toda a linha da frente com este folclore dos direitos gays e do seu direito de adopção de crianças. Nisso além do lobby gay e a falocracia do sistema, estão interessadas também as forças involutivas que o Sistema patriarcal serve, opressores da individualidade, a quem o verdadeiramente SER humano nada interessa.

Portanto a ninguém mais interessa, senão ao próprio individuo que busca o verdadeiro sentido da vida, olhar as questões de fundo e com verdade, enquanto as forças de controlo alimentam as massas em temas e debates de superfície, em prós e contras  para as enganar e iludir criando controvérsia e oposição, e assim entreter a multidão e disfarçar a crise e todos os danos colatrais de um política de negação de valores verdadeiramente humanos.
Neste jogo de hipocrisias e histerismos colectivos, vividos a superfície o que se quer escamotear é que o ser feminino, a verdadeira mulher, está mais uma vez a ser atingida no seu cerne e o que se quer é fazer perder este impulso de consciência e crescente valorização do feminino para que a mulher volte a perder terreno mais uma vez e o poder falocrático continue no poder, neste caso o poder "gay e lésbico"...como caricaturas do ser homem e do ser mulher. Como se o SER HUMANO não fosse de facto mais do que uma mera inclinação ou preferência sexual...que tanto pode variar como mudar e que dura um periodo longo de vida, mas NÃO TODA A VIDA.

DO DESEQUILÍBRIO DOS PÓLOS FEMININO E MASCULINO, todo o mal do mundo...
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Para mim, a verdadeira questão e o que neste tempo verdadeiramente urge é essencialmente uma Nova Consciência da Mulher e do verdadeiro feminino: esta é que é a grande questão de fundo que ninguém quer ver debater porque essa consciência pode e deve expressar uma nova consciência humanan e social, através da qual será veiculada uma nova informação planetária e cósmica…um novo Paradigma social e humano!

A abertura e desenvolvimento do hemisfério direito, o lado feminino do cérebro vai trazer as faculdades da mulher de novo para o mundo e equilibrar os pólos da Humanidade. E em vez de por toda a ênfase no sexo será de facto a alma a parte mais importante a considerar na pessoa humana. Assim, paulatinamente, as falsas questões sobre a “sexualidade” e o género serão clarificadas e transcendidas num novo paradigma. O Ser Humano não pode ser definido a partir da sua sexualdiade seja ela qual for...
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Se falei dos gays foi porque as mulheres podem achar que os homens se estão a tornar mais femininos e que isso acresce algo de positivo à causa do feminino no mundo, o que não é de todo verdade. De um certo modo até poderia ser pois julgo que essa feminilidade nos homens lhes falta de facto, mas manifestada de forma superior e equilibrada pois não é mais do que um prenuncio da manifestação dos aspectos do cérebro direito - sensibilidade, emoção, receptividade, síntese - e o aparecer dos valores intrínsecos do lado feminino da humanidade que foi completamente ignorado e por consequência desactivado...

Se o homem se abrisse ao seu feminino interior poderia desse modo ajudar a evolução da consciência do feminino no mundo, mas infelizmente, no caso dos gays, o nível a que isso acontece é meramente o lado sexual do indivíduo e a um nível muito baixo ou básico. Visto que o feminino que exibem da mulher é tão só a imagem de uma caricatura da mulher e até mesmo do homem; essa deformação da imagem da mulher que hoje a cultura gay exibe é por sua vez um sub-produto do imaginário masculino macho e por isso digo que ela se virou também contra a mulher, longe da essência e da realidade do próprio ser que se afirma gay ou mesmo macho. Na verdade o “orgulho gay” não é senão um espectáculo de folclore como outro qualquer e ainda por cima americanizado. Ele pertence e é reacção ao sistema dominador falocrático, onde ainda os gays querem defender os seus direitos, extensivos agora ao casamento instituição, para continuar a defender a propriedade e a violência de um sexo de afronta, como o faziam primitivamente com as espadas e o fazem ainda na guerra. Não é por acaso que a dita sub-cultura pretende ser realmente uma cultura de macho man.

Pertence a esse sistema também a mulher que é representada nas capas de revistas e na pornografia ou mesmo na moda e é justamente essa mulher que tem de se libertar da sua sujeição aos padrões masculinos, mesmo gays - são todos gays os estilistas - e deixar de ser aquilo que o homem em geral quer que ela seja, aquilo que a canga da cultura e de todas as sub-culturas, aprisionando-a nos seus modelos, a condiciona a ser apenas um ou mais estereótipos, deixando inclusive que os homens a procurem como mero instrumento de prazer, incluindo para satisfazer os seus desejos de sodomia.

POR ISSO A NECESSIDADE DO EQUILÍBRIO DA BALANÇA DOS PÓLOS É URGENTE TORNANDO-OS COMPLEMENTARES E NÃO OPOSTOS E ANTAGÓNICOS COMO O SISTEMA PATRIARCAL OS TORNOU, SUPRIMINDO O FEMININO DO MUNDO.

O peso excessivo do racionalismo exacerbado pela actividade exclusiva do hemisfério esquerdo, que corresponde ao domínio do princípio masculino no mUndo, que gerou até à exaustão no exercício da força bruta e da violência, a guerra, como apanágio dos valores estritos do masculino e que se impôs também na LINGUAGEM, NA ARTE E NA CULTURA, toda ela patriarcal, coloca o homem como superior e a mulher inferior - é risível a leitura de textos biblicos e outros em que a mulher é um sujeito manhoso como as cobras e apenas sensível à sedução do macho e cativa da sua sexualidade diabólica.

Isto aconteceu durante séculos de domínio religioso o que nos leva agora a sentir e a ver a necessidade de ser dada toda a prioridade ao Princípio Feminino, ao lado intuito do ser, esse lado receptivo e amoroso da parte feminina da humanidade que foi condenada ao descrédito desde Abraão a Apolo e que toda a nossa cultura civilizacional repercutiu em uníssono....
Sem dúvida que os dois princípios pertencem inerentemente à nossa espécie e sabemos que devemos integrar e desenvolver um e outro INTERIORMENTE tanto quanto possível na sua manifestação equilibrada, mas não há dúvida que o peso enorme e bestial do masculino asfixiou todas as qualidades do feminino na vida - excepto a mulher como reprodutora e como prostituta, em estritas funções sexuais, uma na casa e outra no bordel - e nenhum dos lados da humanidade beneficiou com isso e o resultado catastrófico é o caos a que toda a humanidade chegou nos dias de hoje e está a vista de todos!
Portanto, hoje mais do que nunca, com tantas vezes digo, o foco e o empenho deve ser na Mulher, na busca da verdadeira mulher para que a mulher possa ser enfim o espelho da Mãe fecunda e da amante sensual, gerando um novo homem e dar lugar às energias que o mundo precisa para construir uma nova Terra e uma Humanidade. Una
Penso que sem esse trabalho da mulher e na Mulher mais dificilmente o mundo chegará ao seu propósito…é neste sentido que continuo a apostar na causa que para mim ainda é Mulheres & Deusas…
rosa leonor pedro

(escrito em 2009 e republicando)

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