O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, fevereiro 14, 2013

A CONSCIÊNCIA DA CONSCIÊNCIA...



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A consciência

A consciência é dada a cada ser, do vírus ao ser humano, no momento da fecundação ( no caso deste último) para ser enriquecida pelo ato de estar vivo. Depois, num certo momento, ela era tomada de volta. A descoberta revolucionária dos xamãs foi perceber que a energia vital não era tomada junto. Apenas estava tão enredada na consciência que acabava se desfazendo quando a consciência voltava para sua fonte. Foi então que os xamãs descobriram algo realmente determinante. O ente perceptivo existe durante a vida por identificar-se e projetar-se na consciência. Mas pode paulatinamente, desenvolver a consciência de si mesmo. Como diria G. todo choque é um dó em si mesmo, e todo dó contém em si uma oitava. Ou seja, somos dotados de uma capacidade de nos perpetuar, embora criados para sermos efêmeros.

Assim o ente perceptivo, que reage a consciência enriquecendo-a através das experiências vividas, pode ao final ser consciente de si, abrir mão da consciência recebida da fonte e ainda assim manter sua força vital e sua individualidade o suficiente para aceitar uma outra conscientização, vinda da mesma fonte. Deixamos a condição de ser orgânico, nos tornamos um ser inorgânico. Para os xamãs este seria o próximo passo evolutivo possível ao ser humano.

Uma mutação de faixas de consciência.

A consciência humana, mesmo em seus aspectos mais poderosos e amplos, desconhecidos totalmente pelas pessoas hoje, seria abandonada e outra possibilidade de consciência seria atingida, um outro nível de realização. Dois caminhos surgiram a partir desta percepção.

Um caminho seguiram os que entenderam essa possibilidade e assim ao final da vida abandonavam totalmente a consciência tanto do mundo cotidiano, como de tudo aquilo que podemos chamar de transcendente, espiritual ou qualquer nome que se dê aos mundos que nos circundam mas podem ser acessados em outros estados que temos como potenciais dentro de nós mesmos.

Em outro caminho o ser transmigra com sua essência perceptiva para o corpo de energia e continua existindo após a morte do corpo físico. Tal manobra se revela limitada com o passar das eras. Mas há outro caminho, muito mais ousado. Entrar num estado de consciência plena e incendiar-se de dentro para fora. Devolver a consciência para a fonte, mas juntar a fisicalidade do corpo orgânico ao corpo inorgânico. Transferir a energia vital para o corpo de energia enquanto ela ainda está plena, íntegra. E tomar emprestado outro tipo de consciência, assim como ganhamos essa ao nascermos. Note que no primeiro caso a energia vital continua se dissipando junto com a morte do corpo, no segundo não. Essa manobra permite que algo aconteça. Surge então um novo ser. Um ser que poderá continuar por bilhares de anos a viagem que é nossa vida. Como tal estado é impossível de ser descrito vamos apenas citá-lo como meta e vamos nos envolver nos meios para atingi-lo.

Para podermos vislumbrar o infinito que nos envolve temos que ter equilíbrio. Se a bolha dentro da qual existimos se rompe de uma vez podemos nos diluir antes de termos criado um eixo real e assim ficaremos vagando por sensações indefinidas. Há um velho símbolo para o trabalho sobre nós mesmos. Dividir a bolha. Em uma metade rearranjamos tudo o que somos enquanto entes presentes nesse mundo. Mas substituímos alguns itens. Como por exemplo podemos deixar de reagir a nossa importância pessoal e a nossa arrogância e ficarmos mais sensíveis ao fato de que somos mortais e efêmeros. E o outro lado da bolha fica vazio. Sem pré conceitos, nada. Vazio e silencioso para a partir dele podermos vislumbrar o infinito.
Assim veremos o outro mundo como outro mundo, não apenas uma projeção do que aqui vivemos. Não reduziremos o infinito aos nossos limites.

NUVEM QUE PASSA
IN http://pistasdocaminho.blogspot.com/

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