O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, agosto 06, 2013

MOVIMENTOS FEMINISTAS, NÃO FEMININOS...


 
MULHERES LIVRES...e  "AS VADIAS"...?


Nada tenho contra a Marcha das Vadias, nem das Femen, nem das prostitutas, ou contra as mulheres que se julgam livres e praticam sexo pelo sexo, e que vem depois defender esta liberdade de andarem mais nuas do que já andavam nas publicidades cartazes e filmes pornográficas se essa é a sua opção...mas não me venham falar do Feminino Sagrado nem se comparem  erradamente às chamadas "prostitutas sagradas" como se a prostituição tivesse alguma coisa a ver com as antigas sacerdotisas da Deusa, a Deusa do Erotismo, pois a grande maioria desta mulheres que se afirmam pelo corpo e pelo sexo apenas nada têm a ver com o Sagrado e ao contrárias dessas sacerdotisas antigas, que eram mulheres consagradas e cultas, iniciadoras do amor ao serviço da Deusa Mãe, as mulheres comuns fazem sexo pelo sexo ou então as prostitutas vendem o corpo e continuam a ser usadas só pelo sexo e rebaixadas por essa condição e sem consciência nenhuma da sua verdadeira natureza, grandeza e dignidade humana de Mulheres e Deusas. Que aceitam esta degeneração e este rebaixamento do seu corpo expondo-se nuas nas ruas por vontade própria como o fazem os seus predadores, que se sujeitem  aos impropérios às agressões e à violência policial em nome dessa liberdade não me diz nada! Mas lamento...lamento o perpetuar dessa ignorância e dessa abjeção e que continuem a alimentar  essa imagem degradada de si próprias...que aceitem essa crucificação...
 
O corpo é um Templo sagrado e o sexo é uma iniciação, uma revelação, servindo de possível alavanca para a elevação do Ser Humano a um nível superior através da união sexual quando em sintonia perfeita do corpo alma e espírito. Enquanto o sexo não for vivido nessa dimensão superior não libertará a pessoa humana, bem pelo contrário, mantem-na escrava de vícios, bordéis e máfias ou dos conceitos e preconceitos seculares ou dos contra-conceitos actuais o que vem dar ao mesmo!
 
Não se pense que se chega à liberdade da Mulher nem à integração dos opostos apenas com "ideias livres", através de práticas e métodos desnaturados, sem um esforço de coerência, de dignidade, começando nessa integração do SER MULHER em si.
Não podemos continuar a confundir a "liberdade sexual "com o uso abjecto e promíscuo do corpo e sexo da mulher, nem defini-la com um termo degradante - seja de puta, de vadia, etc -  da sua verdadeira natureza, nem com a facilidade das relações sem amor.
 

Na verdade penso que as mulheres a quererem ser realmente livres e senhoras de si não têm nenhuma outra saída que não seja resgatar a sua verdadeira essência e  relembrar  o seu verdadeiro potencial feminino, o feminino intrínseco, que se liga à sua  natureza instintiva e não viver apenas uma sexualidade genital, fútil e mecânica de acordo com os padrões machistas e falocráticos, sem que respeite esse potencial inato que é a sua matriz divina, a mulher ancestral do início. Para isso acontecer será preciso a mulher ser ela mesma de novo e lembrar-se quem ela era e que poder é esse e como resgata-lo, para que o possa usar em beneficio de si mesma, integralmente e em beneficio da natureza global, do equilibro humano e planetário e do Universo. Tudo o mais é folclore e banalização do seu SER.
(...)
 (EXCERTO DE TEXTO JÁ PUBLIADO EM MULHERES E DEUSAS)

rlp

3 comentários:

Centro Tinkuy disse...

Bom dia Rosa Leonor,

Cada artigo seu mereceria um comentário, uma tertúlia,
pois sempre deixa o meu cérebro a fervilhar de ideias e o meu "ser mulher" sacudido e mais vivo.

Não sei se estou à altura de a comentar,
mas aqui vai,

ontem justamente entanto conduzia pensava, querer ser livre não basta, (seja o "escravo" mulher, operário, minoria sometida por preconceito qualquer negro,indígena,...)
assim como os proletários almejam deixar de o ser para as vezes chegar a ser piores patrões que os seus exploradores...

assim, mulheres desse "feminismo" que descreve, acabam por ser as vezes mais masculinas, autoritárias e predadoras que os seus "dominadores".

E, continuava meu diálogo comigo:
é muito importante tirar a carta de conducção da liberdade pessoal,
mas tal vez tão importante como isto é saber para onde se vai,
que se quer,
que valores nos guiam na vida,
qual é a nossa "proposta" para substituir o que rejeitamos por ser injusto ou obsoleto
...
e o que encontro hoje
quase a diário,
é muita vontade de ser livre
de se libertar
de ser íntegro
de mudar de vida,
de partir para outra,
de largar tudo e virar tudo às avessas,

mas confirmo com tristeza também
que ainda tudo o "NOVO"
está muito em embrião,
sem força suficiente (por enquanto)
para orientar uma mudança
consistente
e permanente,

mas é tal vez assim,
a lenta e dolorosa (?)
construcção dum novo paradigma,
me pergunto.

E também intuo
que as vezes o sistema se instalou tão bem nas cabeças e corroeu já tanto interiormente que não deixa "tecido" saudável em pé
para desde ai reconstruir as nossas personalidades e almas...
(aliás esse é o objectivo de toda dominação cultural...)

Tanto que falar mestra amiga
tantos insights ao longo do dia que gostaria de partilhar com alguém mais lúcido...

como era tal vez antigamente,
num serão ao fim dia,
numa cozinha ou fogueira qualquer,
olhando o fogo... em roda,
conversando do que nos vai na alma, do que aconteceu no dia,
ouvindo aos mais experientes e sábios a falar.

Hoje substituímos serões e fogueiras por diálogos virtuais,
abençoada tecnologia!


abraço fraterno e grato

Isaura

rosaleonor disse...

Muito obrigada pelo seu texto de reflexão que acrescenta bastante tudo o que disse e que me apraz muito ter em si cara amiga uma possível interlocutora e quem sabe companheira de tertúlia - porque não?
Pense nisso e combinamos para falar o que quiser...se estiver perto...presumo que sim.

um abraço

rleonor

Anónimo disse...

Por vezes a Lucidez é tão grande, que apenas se Ama...
Mais perto, do que antes!!!
Beijo
Nuch