O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, março 03, 2015

A MULHER: UMA MUTILAÇÃO SOCIAL




"A personagem feminina, e o ideal de feminilidade em que é modelada, são produtos da sociedade masculina. A imagem da natureza não falseada só surge em distorção, como seu oposto. Sempre que afirma ser humana, a sociedade masculina gera imperiosamente na mulher o seu próprio correctivo, e revela através dessa limitação ser implacavelmente o mestre. A personagem feminina é uma marca negativa da dominação. Mas, por conseguinte, igualmente má. Tudo o que é, neste contexto, de ilusão burguesa chamado natureza, é apenas a cicatriz da mutilação social:»


(Theodor Adorno, Minima Moralia, 1989, trad em língua inglesa, fragmento 59, p 95.: O original é do Alemão e de 1951)

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