O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, julho 12, 2015

A MULHER COMO O HOMEM...


"Mulher de um homem só, é uma mulher sofrida. Mulher que tem dois homens, é evoluída. Mulher que tem três homens, é uma atrevida. E a que tiver mais, ela não sofre, ela curte a vida." (?)

É com esta colagem ao homem que a Mulher Moderna se perde cada dia mais  da sua verdadeira essência e do feminino sagrado, digo da sua natureza ontológica. Assim, quando eu vejo mulheres parafrasearem frases como estas ou ler a ideia subjacente  fico completamente siderada...e vejo o erro que se cometeu ao ...encarar a liberdade da mulher tendo como referência o padrão sexual masculino...O que é que isso mudou para a mulher?
Por um lado a agressão sexual à mulher não mudou nada e por outro pergunta-se até que ponto essa "liberdade" não veio mesmo a agravar o machismo...Na verdade trata-se de uma postura  na  mulher que representa uma inversão completa de valores e atitudes...Penso que a luta da mulher de hoje não é nem deve e ser já  pela "igualdade"...mas sim, eu diria,  quase devia ser  "contra" essa "igualdade" que projectou o feminismo no mesmo  plano do machismo e do racionalismo materialista que a devorou por dentro e lhe levou também as entranhas - porque a mulher se tornou igual ao homem...ela nem sequer quer ter sangue, útero ou ovários ou filhos...e isso, quanto a mim, não era o suposto, mas sim mais uma aberração de que ela se tornou de novo vítima...A mulher quer exibir o corpo livremente...e tal como o homem andar com o tronco nu...como se os seios da mulher fossem iguais aos do homem - que não servem para nada - e os da mulher tem uma função nobre, que é aleitar os filhos e que os homens imaturos e infantis  no ocidente acham erótico e olham como predadores...mas em África já não é assim...e de facto estamos diante de outra cultura onde os costumes e os valores são diferentes e por isso  as mulheres negras e índias alimentam livremente os bebés e andam de seios descobertos na natureza, não na cidade...


Com tudo isto, toda esta inversão de valores e culturas a mulher no ocidente passou  a ser tal e qual como o homem e no caso da afirmação anterior ela também deve ser como o homem e ter muitos homens "para curtir a vida" sim, tal e qual como quando o homem é considerado muito viril se tiver muitas mulheres? Mas sinceramente  a mulher a ter muitos homens, neste caso ela é uma atrevida ou passa na mesma por ser uma debochada ou uma puta?

Então que feminilidade é esta que a mulher "conquistou"?
Não, não creio que essa seja a liberdade nem a verdade intrínseca  da mulher...mas sim a afirmação na negação da sua força e poder interior inato, a negação da sua dignidade como pessoa, da sua totalidade como mulher, uma vez mais  colocada ao serviço do macho e para seu gaudio e prazer, não o dela...A mulher ao expor-se na sua sexualidade e expondo o seu corpo sem qualquer pudor - ah eu sei que esta palavra deixou de ter sentido para a mulher moderna e é tida como um atraso, mas para mim não é...e não porque eu seja agora "velha" e o meu corpo esteja diferente...mas porque a mulher para mim é muito mais do que um sexo e um corpo...

A Mulher é um Ser sagrado e como tal devia ser encarada.
A Mulher é a fonte da vida e como tal devia ser respeitada.

Pois é  ela que inicia o homem desde que nasce até que morre, é ela que o ensina na VIDA e no AMOR...e não o contrário...como se pretende nesta cultura alienada da verdade intrínseca dos seres e dos sexos e do seu papel na vida.
É como quando leio que "AS MULHERES SÃO MAL COMIDAS..." eu me pergunto se a mulher não contribuiu e muito, nessa exposição de si e do seu corpo, assim como na forma como se expressa acerca da sexualidade - igual ao homem sem dúvida -  para ser mesmo aviltada...violada, usada  e denigrida em todo o mundo.

O drama das nossas sociedades é que não sabe nem conhece A Mulher verdadeiramente livre e inteira porque ela deixou de existir há séculos...essa mulher desapareceu da face da terra e esta humanidade está manca e a mulher que já foi  livre, essa mulher desapareceu da face da Terra há centenas de anos, essa mulher total, primordial, a antiga sacerdotisa, a profetisa, a vidente, a curadora, a parteira, a Mãe amante, a Mulher integra, a mulher não dividida, a mulher consagrada, essa MULHER  nõa existe e essa Mulher  que é preciso resgatar das sombras do catolicismo, das trevas do patriarcado, dos escombros da civilização romana, das máfias das sociedades modernas...
Nõa, a verdadeira mulher NÃO EXISTE  e muito menos mulher é a que quererem agora à força transformar  num "macho manque"...Esta é uma traição à sua essência e a sua própria humanidade.

O que aconteceu infelizmente nesta sociedade patriarcal e alienada, tida como muito desenvolvida é que cada dia mais, a mulher que se encontra privada de identidade, não passa de um sucedâneo da verdadeira mulher, não passa de uma caricatura da mulher autêntica e é por isso que hoje em  dia   elas  não passam de uma pálida imagem de si mesmas: elas vivem deprimidas, fragmentadas e divididas, carentes, histéricas, doentes e fragilizadas…à procura do príncipe encantado, ou do homem musculado, do estereótipo Gay... afinal o homem que apenas lhe suga a energia, o vampiro que lhes há-de sugar o sangue até a última gota…o predador que as há-de roubar toda a vitalidade...condenas a um corpo objecto ou a parideiras, ou meras  barrigas de aluguer...prostituídas de todas as maneiras.

Por isso urge mais do que nunca resgatar a Mulher Verdadeira, custe o que custar...e não pensar que este discurso nada tem a ver com a vossa realidade porque tem tudo a ver com as cosias se passam ainda neste mundo.

(reescrevendo...)
Rosa Leonor Pedro

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