O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, outubro 16, 2015

Não interrompa o caminho de ninguém, não queira 'doutrinar'...

 
 
 
"Cuidado ao querer 'salvar', curar ou consertar alguém. Salvar, curar ou consertar, do que? Em relação a que? Ao que você acha certo/errado, às suas verdades, às suas ideologias? Cuidado, você pode cortar a única via de sustentação que a criatura tem à vida. Jung propõe que deve-se não interromper ou desviar o indivíduo de suas convicções, do que o move, de suas verdades. Porque é exatamente o que... o move será instrumento de sua salvação, podendo ser o seu mais absoluto erro. Exemplo, conversão do Apóstolo Paulo, o que movia Saulo, o doutor da lei, era o 'ódio' aos cristãos, e foi este, o seu mais absoluto erro, que o fez converter-se, diz Jung. Sugestão, não interrompa o caminho de ninguém, não queira 'doutrinar', salvar ou consertar, senão incorrerá no mesmo erro que o macaquinho causou, ao ver o peixinho nadando numa água fria num anoitecer, com dó, por 'caridade', o tirou de lá, aquecendo-o com pouco de fogo, para que não se resfriasse."

João Januário - psicólogo clínico