O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, novembro 16, 2015

A MENTIRA IDEOLÓGICA...



A DIVISÃO E O ANTAGONISMO ENTRE AS MULHERES É DE RAIZ RELIGIOSA, SOCIAL E POLÍTICA, muito atávica  e perdura em todas as ideologias e sistemas patriarcais desde há milénios.

A citação que vos vou introduzir é pura demagogia e pertence à teoria e ao idealismo marxista que falhou retumbantemente em todos os países porque enquanto a mulher não for consciente de si e do seu poder interno e intrínseco, consciente do seu ser ontológico, como mulher integral, não dividida entre a santa e a prostituta, tal como perdura em todas as sociedades actuais desde as mais "civilizadas" às mais atrasadas, a mulher nuca será livre nem una. Enquanto a mulher estiver sujeita a esta divisão ela não pode ser a MULHER AUTÊNTICA E PLENA, nem sequer a Mãe nem a amante ou a mulher emancipada  que escolhe o seu modo de vida sem ter de corresponder a nenhum desses padrões. 


"A luta da mulher proletária por libertação não pode ser similar à luta que as mulheres burguesas travam contra homens da sua classe, pelo contrário deve ser uma luta conjunta com os homens de sua classe contra toda a classe dos capitalistas. Ela não precisa lutar contra os homens da sua classe para romper as barreiras que foram levantadas contra sua participação na livre competição do mer...cado de trabalho… Seu objetivo final não é livre competição com os homens, mas a conquista do rumo político do proletariado. A mulher proletária luta punho a punho com o homem de sua classe contra a sociedade capitalista. " (Zetkin 1984)

ESPANHA, PORTUGAL OU BRASIL...é igual...

A Igreja e o Estado dividem ainda a mulher em duas espécies seja  socialmente, seja psicologicamente (dentro de si na dicotomia da santa e a prostituta) - sejam elas ricas pobres ou remediadas - e portanto os Estados na sua política social dividem todas as mulheres em dois tipos de mulher, seja no capitalismo em que existem de um lado as mulheres sérias (as casadas) e as mulheres de reputação duvidosa, as não casadas, forçadas a vender o corpo. No comunismo  todas puderam trabalhar mas elas eram igualmente tidas como mulheres sérias ou vulgares  e essa divisão mantem-se ainda hoje mesmo que inconscientemente na mente dos homens...
Portanto sejam quais forem os Estados e os Sistemas e as Religiões do mundo, as mulheres estão divididas dentro e fora de si e isso reflecte-se no antagonismo ancestral das  mulheres umas contra as outras, gerando rivalidades e ódios entre si e de classe - ainda e sempre como servas do homem, quer de uma ideologia quer de outra, seja à Esquerda seja à Direita. Ao centro normalmente estão os católicos e os fundamentalistas...E neste caso, o da citação em causa, fala-se dos comunistas como se eles não explorassem, não usassem e não batessem nas mulheres da sua classe...tal como os burgueses ou os nobres faziam! Sim, os homens em todas as sociedades violam e matam as mulheres  como se fossem sua propriedade.
O ódio à mulher é transversal a todas as classes e regimes. Igual em todas as guerras. basta olhar agora o mundo e não só o fundamentalismo islâmico. A morte crescente de mulheres, o feminicídio, é assustador em todo lado e só não vê quem não quer...
Enquanto as mulheres se dividirem e se mantiverem umas contra as outras, elas servem o patriarcado que as submete e maltrata e isso é comum  tanto ao capitalismo como ao comunismo, fosse na Idade-Media ou Idade Moderna e a mais avançada. Nada mudou ou muda  em relação à mulher! No século passado ainda eram cegas as feministas...hoje não há razão para isto! Há que ver o que se quer a força branquear - quer homens quer mulheres o fazem sistematicamente.
Esta citação pois é pura demagogia e aproveitamento político das mulheres socialmente menos esclarecidas do ponto de vista humano e ontológico, porque intelectualmente as mulheres marxistas optaram pela ideologia e não entendem nada de si enquanto seres integrais.
rlp
 

2 comentários:

Maria Adelina Lopes disse...

Bom dia

Os meus cumprimentos por este artigo e pelo teor geral do blogue. Gostava de saber se faz partilhas públicas.

Muito grata

Maria Adelina

madel.holos@gmail.com

rosaleonor disse...

Por partilhas publicas refere-se a quê? A outros meios de divulgação? AS vezes partilho na Google, no facebook...não sei se é a isso que se refere.

Muito obrigada pelo seu interesse

rleonor