O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, dezembro 16, 2015

MÃES E FILHAS


MÃES E FILHAS: VÍNCULO QUE CURA, VÍNCULO QUE FERE


“As nossas células se dividiram e desenvolveram ao ritmo do seu batimento cardíaco; a nossa pele, cabelo, coração, pulmões e ossos foram alimentados pelo seu sangue, sangue que estava cheio de substâncias neuroquímicas formadas em resposta a seus pensamentos, crenças e emoções. Se sentia medo, ansiedade, nervosismo, ou muito infeliz sobre a gravidez, nossos corpos absorviam; se sentia segurança, felicidade e satisfação, absorvíamos também.” – Christiane Northrup


Cada criança carrega consigo sua mãe. É uma ligação eterna da qual nunca poderemos nos separar. Porque, se alguma coisa deve ficar clara, é que sempre carregaremos algo de nossa mãe.
Para ser saudável e ser feliz, cada um de nós tem que saber como nossa mãe influenciou a nossa história e como ainda o faz. É ela que nos oferece nossa primeira experiência de amor e apoio, ainda antes do nascimento. E é através dela que entendemos o que é ser mulher e como cuidar ou não cuidar de nossos corpos.

O legado que herdamos de nossas mães

“A melhor herança de uma mãe para sua filha é ter se curado como mulher” – Christiane Northrup
Qualquer mulher, sendo mãe ou não, carrega as consequências do relacionamento que teve com sua mãe. Se sua mãe transmitiu mensagens positivas sobre o corpo feminino e o jeito que deve cuidá-lo, seus ensinamentos serão sempre parte de um guia para a sua saúde física e emocional.
No entanto, a influência de uma mãe também pode ser problemática quando o papel que desempenha é tóxico devido ao descuidado, ciúmes, controle ou chantagem.

Cuidado materno, um nutriente essencial para a vida

Quando uma câmera de TV foca em um membro do público em um evento esportivo ou qualquer outro … O que as pessoas costumam gritar? “Oi Mãe !!”.
Quase todos nós temos a necessidade de sermos vistos por nossas mães, buscarmos a sua aprovação. Originalmente, essa dependência é devida a questões biológicas, porque precisamos delas para sobreviver durante muitos anos; no entanto, a necessidade de afeto e aprovação é forjada a partir do primeiro minuto, desde que as olhamos buscando aprovação por algo que estamos fazendo ou se somos dignos de uma carícia.

Como Northrup diz, o vínculo mãe-filha está estrategicamente projetado para ser um dos relacionamentos mais positivos, abrangentes e íntimos que temos na vida. No entanto, isso nem sempre acontece …
Ao longo dos anos, a necessidade de aprovação pode se tornar patológica, dando origem a obrigações emocionais que fazem com que nossa mãe tenha o poder do nosso bem-estar durante toda ou a maioria de nossas vidas.
O fato de nossa mãe nos reconhecer e aceitar é uma sede que temos que saciar, mesmo que para isso tenhamos que sofrer. Isto significa uma perda de independência e liberdade que nos apaga e transforma.

Como começar a crescer como mulher e filha?

A decisão de crescer implica a limpeza de feridas emocionais ou qualquer assunto que deixamos inacabado na primeira metade da nossa vida. Esta transição não é uma tarefa fácil, porque primeiro precisamos identificar quais partes da relação mãe-filho exigem resolução e cura.
Depende de nosso senso de valor presente e futuro. Isso acontece porque há sempre uma parte de nós que acha que devemos dar em excesso à nossa família ou parceiro para sermos dignos de amor.
A maternidade e até mesmo o amor das mulheres permanecem sendo sinônimos culturais de sacrifício, na mente coletiva. Como resultado, não nos dedicamos a cultivar nossa mente de mulher, mas a moldamos ao gosto da sociedade em que vivemos.
As expectativas do mundo sobre nós podem tornar-se muito cruéis. Na verdade, constituem um verdadeiro veneno que nos faz esquecer nossa individualidade.
“Estas são as razões que tornam tão necessárias a ruptura com a cadeia de dor e a cura completa dos nossos vínculos, ou das memórias que temos deles. Temos de perceber que estes há muito tempo tornaram-se espirituais e, portanto, temos que fazer a pazes com as esquisitices com as quais vivemos. Sejam ou não tão ruins.”

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Traduzido pela equipe de O Segredo

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