O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, dezembro 13, 2015

mulheres de idade



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Poema de uma idosa aos 85 anos…


"Da próxima vez gostava de fazer mais erros.
Descontraía. Faria mais disparates....
Levaria menos coisas a sério.
Corria mais riscos. Acreditava mais.
Subia mais montanhas e nadava em mais rios.
Convidava os amigos mesmo que tivesse nódoas na carpete,
Usava a vela em forma de rosa antes de ela se estragar no armário,
Sentava-me na relva com os meus filhos
sem me preocupar com as manchas verdes na roupa.
Tinha rido e chorado menos em frente da televisão
e mais em frente da vida.
Tinha contado mais anedotas e visto o lado cómico das coisas.
Tinha descoberto menos dramas em cada esquina,
e inventado mais aventuras.
Se calhar, tinha mais problemas reais,
Mas menos problemas imaginários.
É que, sabem, sou uma dessas pessoas que vive com sensibilidade
E sanidade hora após hora, dia após dia.
Oh, tive os meus momentos,
e se pudesse fazer tudo de novo, outra vez,
tinha muitos mais.
De facto, não tentaria mais nada.
Apenas momentos, uns após outros,
em vez de viver tantos anos à frente de cada dia.
Fui uma dessas pessoas que nunca foi a lado nenhum sem um termómetro,
Botija de água quente, casaco para a chuva e pára-quedas.
Se pudesse fazer tudo outra vez, viajava mais leve do que viajei.
Se tivesse a minha vida para viver de novo,
começava mais cedo a andar descalça na Primavera,
e ficava sempre assim, mesmo mais tarde, no Outono.
Ia a mais bailes.
Cantava muitas mais canções.
Diria muitos mais «amo-te» e «desculpa».
E apanharia mais papoilas"




Da escritora americana Nadine Stair

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