O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, dezembro 14, 2015

OS PSICOPATAS



 
POR ONDE ANDAM OS PSICOPATAS

"A psicopatia é um transtorno que possui vários níveis de gravidade, vai do leve ao severo. Embora nem todos psicopatas empreguem a brutalidade física, todos deixam marcas de destruição por onde passam. Quando não matam, arruínam empresas e famílias, provocam intrigas e destroem sonhos".

 

Como explicar comportamentos cruéis e desumanos que com frequência viram notícia?

Casos que chocaram a sociedade pela frieza e indiferença dos criminosos ilustram o livro “Mentes perigosas” (Ed. Fontanar) da psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva.
Exemplos, como o da empresária de Goiânia que maltratou e torturou por dois anos, de forma bárbara a menina que morava em sua casa, de Champinha, de 16, que seqüestrou e assassinou com requinte atroz um casal de jovens namorados, dos Nardoni, de Suzane von Richthofen e tantos outros, estão presentes no livro. Esses casos emblemáticos se tornaram públicos porque violaram vidas.
No entanto, ao falar de psicopatas, a médica alerta para um equívoco muito comum entre os leigos: imaginamos sempre esses indivíduos como truculentos, de aparência descuidada, pinta de assassino e desvios de comportamento óbvios. Mas nem sempre é assim, e sem a visibilidade desses estereótipos fica muito difícil identificá-los antes de virar uma de suas vítimas.

A psicopatia é um transtorno que possui vários níveis de gravidade, vai do leve ao severo. Embora nem todos psicopatas empreguem a brutalidade física, todos deixam marcas de destruição por onde passam. Quando não matam, arruínam empresas e famílias, provocam intrigas e destroem sonhos. Suas vítimas são envolvidas pelo charme, eloquência e inteligência da personalidade psicopática. Muitos vivem uma vida inteira sem serem diagnosticados ou responsabilizados pelos danos que causam.

Como diz a autora, em seu livro: “Esses predadores sociais com aparência humana estão por aí, misturados conosco, incógnitos, infiltrados em todos os setores sociais. São homens, mulheres, de qualquer raça, credo ou nível social. Trabalham, estudam, fazem carreiras, se casam, têm filhos, mas definitivamente não são como a maioria das pessoas, aquelas a quem chamaríamos de pessoas do bem”. Ana Beatriz descreve os psicopatas como pessoas frias, insensíveis, manipuladoras, perversas, transgressoras de regras sociais, impiedosas, imorais, sem consciência e desprovidas de sentimento de compaixão, culpa ou remorso. São verdadeiros atores, representando com esmero um papel doce, amistoso e encantador até alcançarem seus objetivos.

“Quem acredita no amor e na compaixão como regras básicas de convivência tem dificuldade de aceitar que existam pessoas sem o menor sentimento de culpa ou remorso por desapontar, magoar, enganar ou tirar a vida de alguém. Mas os psicopatas estão absolutamente livres de constrangimentos ou julgamentos morais internos e por isso podem fazer o que quiser, de acordo com seus impulsos destrutivos”, explica a psiquiatra.

Desconfiando para se proteger

Como escapar de pessoas tão destrutivas? Ana Beatriz reconhece não ser fácil, porque os psicopatas costumam ter charme acima da média e capacidade de convencimento muito alta. Mas, a autora oferece algumas pistas que servem de alarme e podem evitar associações e relacionamentos perigosos.

- Conheça melhor a história das pessoas que entram em sua vida. Em geral, nos baseamos só na convivência ou nos fatos contados por ela própria. Mesmo agindo com cautela, não deixamos de correr riscos e podemos ser surpreendidos pela falta de sentimentos nobres em gente ligada à nossa intimidade.

-Fique atento ao “jogo da pena”, pois esse sentimento deixa a pessoa vulnerável emocionalmente e, por isso, os indivíduos inescrupulosas o exploram. Os psicopatas costumam manipular os sentimentos de solidariedade para dominar e controlar. Despertando piedade se tornam poderosos.

- Mantenha-se alerto com pessoas egocêntricas e megalômanas. Os psicopatas possuem uma visão narcisista e supervalorizada de seus valores e importância. Acham-se superiores aos outros, daí acreditarem que têm direito de seguir as próprias regras.

- Tome cuidado com pessoas que não são capazes de ter empatia, ou seja, que não conseguem se colocar no lugar do outro e respeitar o sentimento alheio. Sensibilidade e generosidade são consideradas fraquezas pelos psicopatas que são indiferentes ao sofrimento dos outros.

- Afaste-se de quem não se arrepende ou sente remorso por suas atitudes inadequadas.

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