O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, abril 30, 2016

@ ESCRIT@R@



(…) “Apesar de todas as amizades, sempre na vida estamos sozinhos; o que é mais grave, mais doloroso, exactamente como o que é mais belo, passa-se apenas connosco. Entre um homem e outro homem (entre um ser humano e outro ser humano, diria eu) há barreiras que nunca se transpõem. Só sabemos, seguramente, de uma amizade ou de um amor: o que temos pelos outros. De que os outros nos amem nunca poderemos estar certos”  - AGOSTINHO DA SILVA


ESCREVER PARA SI OU PARA OS OUTROS?


Penso que um/a escritor/a nunca se deveria expor nem sequer sociabilizar para se manter fiel a si mesm@ e intact@ - porque vê o que vê e diz o que diz doa a quem doer e tem sempre um alto preço a pagar...Aliás um/a escritor/a só fala da sua dor...e a espelha aos outros, diga-se dor ou amor...é a mesma coisa. Às vezes ódio...ou raiva. Essa é uma das razões porque um@ escritor@ de facto nunca se devia expor aos outros, ter intimidade com alguém - tal como o asceta - ou dar-se ao  publico ou criar amizades, dar confiança - ninguém entende um escritor e já não falo do poeta...porque esse muito menos ainda e ou é asceta ou não é poeta...


@ escritor@ como alguém que escreve e sem qualquer pretensão de "escritor", como é o meu caso, mas que escreve com a alma e o coração, com tudo o que é e sente e @ fere, só pode ter um intuito e uma função que é de dizer o que sente e nada mais importa, nem como o diz ou o faz, desde que seja para si mesmo, a sua força e a sua consciência de ser igual a si, mas não seria honesta dizer que o escritor@ não quer ser lid@, não. Esse é o paradoxo do escrit@r...quer e não quer...

Um@ escritor@ quer ser lid@ e talvez amad@ mas não deve procurar porém o sucesso ou a fama e nem sequer vender nada, porque isso implica vender-se a si mesm@ sempre, ter de agradar...Vender-se ao editor ou à empresa ou ao publico que o prefere. Por isso são raros os grades escritores e poetas...como o foi Fernando Pessoa e Herberto Hélder e outros que agora não me lembro. Ah! não, longe de mim comparar-me aos grandes. Sou como digo apenas uma escriba, uma amadora da palavra, falta-me ser asceta...e talvez renunciar definitivamente a este mundo de enganos, mentiras e ilusões que são as relações humanas. Mas isso também se calhar seria a libertação definitiva e não haveria mais nada sobre que escrever - pois o drama humano ou a ferida da encarnação talvez cessasse... e essa seria a via do renunciante ou do iluminado e não d@ poet@ que vive o seu próprio drama, insolúvel talvez...até morrer...


(Não eu não falei da Mulher nem da Deusa - esse é contudo o imperativo maior da minha alma como finalidade na Terra, isto é outra história dentro de uma História)
rlp

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