O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, abril 29, 2016

TER DISCERNIMENTO



"Só no ato do amor – pela límpida abstração de estrela do que se sente – capta-se a incógnita do instante que é duramente cristalina e vibrante no ar e a vida é esse instante incontável, maior que o acontecimento em si.
No amor o instante de impessoal joia refulge no ar, glória estranha de corpo, matéria sensibilizada pelo arrepio de instantes. - Clarice Lispector

"A mente devia ser mantida no coração enquanto não alcançar o Mais Alto Fim. Isto é a Sabedoria, e isto é a libertação. Tudo o mais não passa de palavras."
OS UPANISHADES

TER O DISCERNIMENTO
DO DISCERNIMENTO

"Eu entendo por discernimento a diferenciação certa entre a realidade percebida e a possibilidade da ilusão nessa percepção.

Eu não confundo discernimento e fé, porque a fé pode ser uma criação pessoal (mental ou emotiva) enquanto o discernimento é uma certeza concebida numa consciência superior do ser quanto à realidade ou à verdade consideradas.

Toda a certeza é o resultado de uma experiência; a certeza é relativa se ela for o fruto de uma experiência sensorial ou emotiva e mental; ela é indubitável se ela é o fruto de uma experiência espiritual real de identificação.

A identificação é a união de uma parte do ser com o objecto de contemplação, quer este objecto esteja situado ou não dentro do domínio da percepção sensorial.

A identificação verdadeira é uma comunhão daquele que percebe com o que é percebido, comunhão que exclui toda a intrusão de noções estrangeiras à realidade do objecto percepcionado: ela exige portanto a eliminação de todas as noções ou impressões, que poderiam alterar a integridade da percepção, quer dizer que ela necessita da neutralidade total obtida momentaneamente seja pela mestria seja por acidente. (…)

O DISCERNIMENTO DO DISCERNIMENTO É A POSSIBILIDADE DE DIFERENCIAR SEM ERRO A QUALIDADE DA IDENTIFICAÇÃO: CERTEZA E PROBABILIDADE.

O tempo não mede o valor de uma luz (relâmpago) de discernimento; esta luz é um momento de Sabedoria (Conhecimento verdadeiro). Um Sábio pode ter mais ou menos frequentemente esse momentos de “discernimento”: eles nunca são contínuos tanto quanto esse Sábio está obrigado a passar pelas coisas relativas e a contingências da vida terrestre.

O discernimento do verdadeiro discernimento supõe, no ser humano que o quer exercer, o conhecimento experimental dos seus diversos estados de consciência e a qualidade do seu testemunho.

Então só assim o nosso discernimento terá um valor de realidade, e nos permitirá procurarmos em nós mesmos as respostas.”

In L’ Ouverture du Chemin – de Isha Schwaller de Lubicz

rlp

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