O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, setembro 25, 2016

A MULHER ALQUIMICA



 "A DOR PSIQUICA É UMA AUTORIDADE ESPIRITUAL"*

Esta definição da dor tocou-me um dia de forma muito especial e rendo os crédito ao seu autor.
No entanto, tendo sido ela afirmação de um homem, para mim,  o que ela representa mais como autoridade, é  a dor da aprendizagem sem rosto como diz Jung,  e não no sentido em que afinal  nós humanos só damos vulgarmente valor à dor física ou nos cingimos à dor emocional; para mim  é a mulher, a anima  quem representa melhor e de forma expressiva e viva e em toda a sua intensidade essa dor; só a mulher sabe dessa outra dor psíquica de uma dimensão quase inalcançável, porque impercetível aos nossos sentidos, e não fosse tão funda e persistente, nem sequer a perceberíamos com dor ou sentir sem nome e que só a reconhecemos através dessa intensidade latente, indefinida,  como se fosse uma dor de nada...uma dor subtil mas tão  persistente que se torna pano de fundo da alma ou da consciência individual e nos traz também a noção de que ela possa ser afinal  a origem de toda a tristeza e a saudade de algo...
Algo como o nosso Fado, o nosso destino marcado, talvez em ultima instância saudade de alguém, sendo porém que para mim  a mulher é a grande encarnação viva dessa dor  porque é a Mulher que se sabe, a mulher que dá corpo à encarnação de toda a mística e magia do Universo, a que detém esse saber e essa memória. O homem  tem-lhe acesso através da sua anima...do seu feminino reencontrado através do par alquímico e da mulher iniciada, creio...
 Por isso eu falo dessa Mulher das profundezas, a mulher alquímica,  a Mulher Mágica, a mulher magnética, a mulher rara, porque é ela enquanto Mãe da humanidade que transmite e vive essa dor cósmica e universal seja na memória de um continente  perdido, de um mundo inimaginável,  ou de um paraíso prometido talvez, ou ainda  de um amor banido, de uma morte, essa dor da separação original, da fonte e de que nós temos todas esse registo e conforme evoluímos em sensibilidade e à medida que  aprofundamos a nossa alma, mais perto estamos dessa autoridade que é a dor da Mulher intemporal, a Mulher eterna; sim essa a dor psíquica é a ferida maior da alma, que é nascer para este mundo, esquecer quem somos e sem poder ser a totalidade?

Por isso eu "odeio" as retóricas, as feministas e as revolucionárias e as teóricas new age e  todas estas mulheres armadas em deusas, perdidas em causas de nada e sem profundidade nenhuma, completamente desnaturadas e superficiais...desculpem-me a intensidade da expressão...

rosa leonor pedro
*A. L. A. 

Sem comentários: