O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, novembro 03, 2016

O PASSADO O PRESENTE E O FUTURO



UMA MENSAGEM PARA TODAS AS MULHERES

Eu queria escrever alguma coisa que  aliviasse as mulheres que nesta fase mergulham na sua   profundidade abissal - eu sei como andam tristes e mexidas por dentro nesta mudança de pele, neste retorno à sua caverna, revisitando a sua Sombra...
Muitas mulheres sofrem intensamente sem saber porquê, elas captam o sofrimento do mundo e mais a  mais quando existe  toda esta confusão gerada à  sua volta, de um mundo em crise e em guerra; um sociedade em convulsão de conceitos, que afecta toda a gente e isso acaba por se reflectir não só na sociedade em geral como nas  famílias e porventura entre os amigos/as mais próximos/as pela forma como  toda a gente  sofre todas estas alterações climáticas e não só; Mas têm   sobretudo a consciência do  sofrimento que se abate nas mulheres de todo o mundo, cada vez mais perseguidas, abusadas, violadas e mortas pelos companheiros ou nas suas guerras e politicas...
O que está a acontecer mundialmente e sobretudo na Europa e com a conivência dos Estados e Governos da União Europeia, em nome da suas ideologias,  com as mulheres jovens  que são violadas e abusadas pelos Migrantes muçulmanos  é uma forma clara  de percebermos  como no fundo age o inconsciente colectivo masculino e o patriarcado face à liberdade da mulher no ocidente; Além de sabermos que não é só a  influência radical da religião fundamentalista,  é o próprio  Sistema em si que determina esse comportamento - por isso os homens são igualmente coniventes com o abuso de mulheres relativizando  os factos ou culpando-as - e que na verdade é ainda ele quem desencadeia esta agressão à mulher de novo e de forma subliminar em todos os Midea, cinema, arte e cultura em geral.
Há poucas coisas seguras neste mundo de hoje e na nossa vida do dia a dia a que nos possamos agarrar ou fazer  sentir em segurança, pois parece que tudo está a ser cada vez mais posto em causa a todos os níveis sendo que os valores referências normais estão a ficar todos  invertidos e os pilares que sustentavam as nossas vidas dentro da dita normalidade e  suportavam a vida familiar também estão a ruir...Por essa razão sei que a confiança nas outras pessoas e também nas outras mulheres está  mais  abalada do que nunca, quer pelos processos desencadeados não só a nível individual como a nível social,   quer através de vivência traumatizantes e das decepções sofridas, a dor de sonhos ou dos ideais que ruíram ou de amores traídos...as mortes e abandonos sofridos...que  cada uma a sua maneira está a tentar sarar e se acentuam cada dia mais...
Tudo está a acontecer de forma quase drástica e precisamos de saber agora, mais do que nunca, como distinguir o falso do verdadeiro. Distinguir o que é simulacro do que é autêntico. Para isso precisamos de nos desapegar de velhos conceitos e daquilo que nos prende a valores falsos e pessoas malsãs que só nos fazem mal e impede de sermos unas, individuais  e livres...Manter ou continuar a manter relações dúbias e de dependência com medo da solidão  é pagar um alto preço para a anulação da nossa verdade interior...
No entanto sei  que muitas mulheres tem filhos pequenos e eles dependem delas e elas por sua vez dependem dos maridos...E embora muitas estejam divorciadas não tem emprego ou estão dependentes de ex-maridos economicamente e que as tratam mal psicológica ou fisicamente por isso...Outras estão sós e sentem-se amarradas ao passado sem saber o que fazer...outras recorrem a terapias ou adoptam crenças alheias, seguem gurus e mestres oportunistas que se servem igualmente delas e as exploram em nome de deus ou da deusa...Como podem até entrar em caminhos de busca da mulher sagrada e da deusa precisamente e  isso ser também  uma forma de alienação como outra qualquer...porque não adianta andar a comprar e a vender curas e  terapias e os nossos dons a torto e a direito SEM PRIMEIRO FAZER O TRABALHO DE CONSCIÊNCIA connosco próprias. Infelizmente vejo isso a acontecer por todo o lado nos grupos do dito "feminino sagrado" que vivem apenas de forma superficial e como modo de sobrevivência meramente económica; mulheres sem  estrutura nenhuma psíquica ou sabedoria integrada, nem experiência de vida e que assim influenciam outras mulheres frágeis e carentes levando-as a criar mundos de ficção.
Não, não nos podemos deixar agora alienar da nossa realidade de mulheres deste tempo nem das experiências que temos, negando o presente para eleger apenas uma ideia do passado...como fuga ou como simulacro de deusas e sacerdotisas...alegando poderes e magias  sem qualquer ligação ao mundo real...numa euforia transcendente que nada tem a ver com o nosso dia a adia...
Não basta falar e ler sobre as deusas ou rezar à Grande Mãe, nem conhecer a História das mulheres famosas ou sacrificadas como grandes figuras do matriarcado e cultuá-las ou imita-las em ritos e cultos, terapias e círculos e práticas diversas ou a tentar revisitar o passado ancestral das nossas irmãs desligando-nos do presente...vivendo umas contra as outras ainda...

Nós temos uma vida real e diferente do que foram as vidas das mulheres através das várias épocas e dos séculos...Temos algumas vantagens e benefícios adquiridos como temos algumas desvantagens também sobre elas. Evoluímos em muitos aspectos, mas perdemos basicamente a consciência primordial de quem somos e da nossa essência feminina. As feministas e as intelectuais quase todas negam essa essência feminina da transcendência e do divino - não gosto da palavra, mas refiro-me à nossa alma e à Deusa Mãe enquanto referência de transcendência desse feminino intrínseco -, pois elas (enquanto marxistas e materialistas) não fizeram mais do que dessacralizar a força da Mulher Mãe - do Útero e dos ovários, a sacralidade da maternidade, o valor de dar vida e até de amamentar uma criança, em prol desses valores adquiridos, por suposto a liberdade sexual e o poder económico, tornando-se mulheres sem alma.
Sem duvida que vivemos neste mundo e não podemos fugir a ele. É nele portanto que temos as bases das nossas vivências e experiências e conhecimentos, é nele  que temos de encontrar ainda o nosso suporte económico e por isso o nosso centro, não fora, nas cosias matérias  mas dentro de nós mesmas, nessa força interior que é inerente a toda a Mulher consciente de si. Sim, o nosso centro é a a força da nossa interioridade  e da nossa psique, o que implica não só ter uma compreensão psicológica profunda de nós mesmas como seres humanos, como do nosso tempo  e da nossa realidade actual. Olhando o passado com reverência, mas sem fugirmos aos obstáculos nem às dificuldades deste mundo actual onde estamos inseridas (queiramos ou não) e é por isso  que precisamos resgatar a nossa identidade profunda, ligar-nos através da nossa intuição às forças cósmico ou telúricas, a Gaia, à Terra Mãe, sem cair na ideia de que no passado é que está a solução e sem nos deixarmos apanhar também nas armadilhas do patriarcado que se aproveita disso como moda e nos quer impedir assim de viver esta realidade e o mundo de forma mais abrangente.
O Sistema usa tudo para nos impedir de sermos conscientes e mulheres inteiras...Quer-nos sempre divididas de uma maneira ou de outra... Por isso precisamos saber conciliar os mundos - o passado o presente e o futuro - e viver de acordo com a nossa realidade tanto interior como exterior. Mesmo que recriemos espaços e lugares onde possamos viver mais em Paz e Harmonia, ecologicamente, mas sem negar o mundo que nos rodeia apesar de nos pesar cada vez mais. Isto pode parecer um contrassenso...mas para viver neste Sistema até uma mudança integral de Paradigmas temos de recorrer a ele...e não criar mundos à parte. O que nos dará o suporte será esse centro e esse foco consciente na força interior da nova mulher...aquela que liga o passado e vem do futuro...a Mulher integral...e sem medo. Mulheres de coragem. Mulheres com coração!


rosa leonor pedro


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