O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, agosto 23, 2017

Não...



Compreender não é sentir...
"Muito se fala e muito se escreve acerca da empatia, e eu própria me questiono porque também o faço, aqui e agora.
Talvez o faça porque a empatia esteja na base do laço social, da compreensão e compaixão pelo semelhante, que a cultivar, nos enche de esperança de um futuro melhor. Mas talvez o faça, também, por razões egoístas, para evitar cair no engano de julgar que se a minha emoção faz impressão no outro, e se gera a partir daí um contágio emo...cional, a denominada simpatia, eu fui compreendia, e ele sente o mesmo que eu sinto, como se tivesse vivido ou estivesse a viver a minha situação. Sente empatia por mim.
Em suma, posso iludir-me, se julgar que emocionar-se com o meu relato, coloca-o a habitar o meu mundo emocional, ou seja, “É como eu”.
A empatia de acordo com Boris Cyrulnik em, ”Do sexto sentido”, é então, uma construção em duas etapas “compreendo o que você sente”, mas que ainda pode dar azo a não tomar o meu lugar, serve de base para uma emoção profunda, a um sentimento “compreendo o que você compreende”, que permite ver o mundo com os meus olhos, o que implica ter sentido essas experiências no passado, e ficar comigo, por que a empatia também se faz se se ousar deixar correr a alegria da comunhão.
Podemos então admitir, que é a linha da empatia na qual todos nós nos situamos, compreender o outro, que não é uma tarefa fácil, mas possível para os psicopatas, até à emoção profunda, o sentimento, que não está ao alcance destes, porque não tiveram a vivência emocional. "


Cristina Simões - psicóloga
in incalculável imperfeição

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